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Postado em 07/06/2009

postado por Aquiles Priester

Já faz quase uma semana que estou em Celle, na Alemanha mixando o disco do Hangar.
Nem parece, mas já faz dois anos e dois meses exatamente que eu e o Fábio estivemos aqui para mixar o The Reason of your Conviction… O tempo passa depressa… Para ser bem sincero, eu bem que gostaria, mas não achava possível a gente estar aqui de novo em 2009 mixando outro disco.

Tem muita coisa diferente dessa vez… Agora somos mais próximos do Tommy e já deu para perceber que ele está gostando muito do resultado das músicas, mas como ele mesmo disse, dessa vez as músicas estão mais maduras e estamos levando mais tempo para fazer tudo soar como deve. A primeira música que mixamos, foi a S.M. e levamos somente três dias para finalizá-la… “Três dias sim senhor, por quê? Algum problema?”
Esse é o novo jargão da banda… Essa frase foi extraída do filme “Tropa de Elite”, quando o capitão Fábio vai apresentar a oficina dos carros para um dos “aspiras”… O cara pergunta: Isso aqui é a oficina? E o capitão responde: – É sim, por quê? Algum problema?
Repassamos isso para o Tommy, quando discordamos de alguma coisa… Why? Some problem? No começo ele achou meio estranho, mas agora ele tem nos falado isso quando está fazendo alguma coisa e perguntamos o que ele está fazendo… Ahahahahaha!

A segunda música, B.O.A.T.S. levou dois dias… Estamos na terceira hoje, T.T.F. e devemos finalizá-la nas próximas horas e iniciar outra… Até segunda, devemos ter umas 5 músicas prontas…
Não vou falar sobre o resultado da mix, pois sou suspeito… MAS ESTÁ MUITO ACIMA DO IMAGINÁVEL… SENDO BEM SINCERO… AHAHAHAHAHAHA

Fora a parte da mix que é muito legal, pois vemos a música começando do zero e tomando forma, a rotina é algo que me mata… Todos os dias começamos o trabalho pelas 10h00 da manhã e voltamos ao hotel por volta das 21h00 e ainda é dia… Eu e o Adair saímos para caminhar por duas horas e quando chegamos ao hotel por volta das 23h00 está começando escurecer… Ninguém nas ruas… Nunca… Amanhece às quatro da manhã… Num desses passeios, entramos num restaurante Tailandês por volta das 23h00, quando ele estava quase fechado e pedi – May I have a coke? A mulher começou a ir para trás assustada e chamou o marido… Ela achou que estávamos procurando drogas… Caramba, que mal entendido…

Estamos finalizando um vídeo com minha passagem pela Itália fazendo workshops e devo disponibilizar isso nos próximos dias… Será um vídeo-diário, pois eu quero que vocês tenham a sensação exata de como foram aqueles dias…

Volto a escrever em breve e vamos postar alguns vídeos com pequenas amostras das músicas sendo mixadas…

Um grande abraço,

Aquiles




Postado em 21/05/2009

postado por Fábio Laguna

Há muito tempo atrás, durante uma sessão de gravação que eu estava participando, em Valinhos, interior de São Paulo, comecei a reclamar da vida profissional, dizendo que esperava mais, e mais, que a situação era frustrante, etc… Então o técnico virou-se na cadeira e fitou-me seriamente, dizendo algo como: “Hey! Será que você não consegue perceber que o seu melhor momento é agora? Você vai entender o que estou te dizendo daqui a algum tempo”… Mesmo eu tendo guardado as palavras deles até hoje, elas soaram como aqueles manjados “ditados de auto-ajuda”, do tipo “viva um dia de cada vez”, “quem vive de passado é museu”, etc, etc, etc? Mas diante de todo o meu ceticismo, começo a dar o braço a torcer e simplesmente acreditar que toda essa baboseira aí em cima, fruto de décadas de sabedoria popular, é a mais pura verdade: somos a única espécie que acha que precisa de mais do que o necessário pra viver, que pensa no futuro, quando na verdade somos como qualquer outra, que só precisa comer e dormir, pois o resto é “lucro”.

Pois bem, a idéia e a curiosidade de se fazer uma produção em um local “completamente isolado” ou inusitado é algo que guardo comigo há muito tempo, inspirado em outras produções que foram muito felizes com essa escolha, como o Machine Head (Deep Purple) e o Blood Sugar Sex Magic (Red Hot Chili Peppers), entre outros. De um modo geral, sempre achei essa coisa de gravação em estúdios algo um pouco prejudicial ao processo criativo, pois nos tornamos reféns de seus “taxímetros”, da disponibilidade de horários e da falta de privacidade causada pelo entra e sai de outras bandas e pessoas. Daí, quando saímos de um estúdio, depois de horas de metrônomo e pressão na cabeça, damos de cara com o caos da cidade grande… É por isso que ultimamente tenho preferido gravar as minhas participações em outras gravações no aconchego do meu bunker (apelido que dei ao meu mini-home-estúdio-dispensa, em minha casa), onde fiz parte dos arranjos desse novo disco do Hangar. Masssss, como convencer os “urbanóides” da minha banda de que o isolamento seria algo muito benéfico? Bem, não sou um cara muito persuasivo, mas o fato é que não só consegui trazê-los ao ambiente rural para uma pré-produção, como acabamos gravando na “roça” um disco de heavy metal extremamente inspirado, que vai marcar uma nova fase na carreira do Hangar. Para a nossa felicidade, o sítio onde 80% do disco novo foi gravado ofereceu não só a privacidade extrema, como também as mesmas condições de qualquer outro estúdio, com a qualidade que a gente buscava para esse trabalho. Além disso, esse nosso semi-isolamento serviu para estreitar ainda mais o bom relacionamento entre os integrantes da banda porque, literalmente moramos juntos, algo que nunca havia acontecido no Hangar. E já que é costume comparar uma banda a um casamento, então digo que certamente o Hangar acabou de se casar. O mais importante dessa estada aqui em Tatuí foi que, como não tínhamos pra onde correr, tivemos que resolver nossas últimas pendências bobas, e isso refletiu muito nas composições do novo álbum: o amadurecimento foi natural e inevitável.

Por essas e outras razões, gostaria muito de reservar as minhas palavras nesses últimos momentos dessa produção aqui no sítio para agradecer a pessoa que foi responsável pela concretização desse sonho: Nino, nossa gratidão será eterna e esperamos um dia poder recompensá-lo à altura. Muito obrigado a você, a Neiva e toda sua família por ter nos acolhido durante esses três últimos meses. Em breve o novo álbum do Hangar será lançado mundialmente e temos a plena ciência de que boa parte do reconhecimento de nossos fãs, amigos e famílias estará intimamente ligado a esse apoio incomensurável de vocês.

Um grande abraço a todos!!!




Postado em 21/05/2009

postado por Nando Mello

Quando surgiu a ideia de irmos para um sítio no interior de São Paulo, mais precisamente em Tatuí, não imaginei que depois de quase 100 dias teríamos tanta história e estórias para contar. Iniciar um projeto do zero e terminá-lo no prazo com a qualidade necessária é um desafio que somente pessoas com muita fibra conseguem. Quando voltei para o sítio após 20 dias de ausência, foi exatamente isto que encontrei: garra, fibra e determinação. Estive aqui por três vezes anteriormente, em fevereiro e março para compor as músicas e em abril para as sessões de gravação. Durante este tempo, nas minhas caminhadas pelo pátio da casa onde estávamos (sim, eu caminho para pensar sobre tudo), eu sempre observava o que todos estavam fazendo e apelidei este momento coletivo de “surto criativo”. Momentos de superação em busca de algo maior, a satisfação através de nossa música e como elas poderiam tocar o sentimento das pessoas. Quando entrei na banda em 1999 imaginava que um dia poderíamos chegar até aqui e esperei longos 10 anos. Embora o TROYC tenha sido um disco maravilhoso e que irá ficar para sempre nas nossas memórias, como valeu a pena esperar pelo próximo. Independentemente do cansaço, dos momentos de espanação que poderiam ser júnior, master ou sênior (a pior de todas) o que eu sentia era a vibração das pessoas em busca deste ideal. Aprendi muito com o Sr. Adair “De novo” Daufembach, excelente profissional sempre focado em conseguir o melhor som de baixo que um disco do Hangar já teve e realmente conseguimos. O Humberto, nosso novo vocalista, profissional ao extremo e uma surpresa agradabilíssima como pessoa. Como sempre digo “as coisas não acontecem por acaso”: bem-vindo à família Hangar. A garra do Martinez, a ponderação do Fábio e com certeza a determinação do Aquiles em conseguir tirar o máximo de todos, fizeram com que estes últimos três meses fossem inesquecíveis para mim. A estes três loucos um agradecimento especial por dez anos de Hangar e obrigado por ainda estar “participando desta loucura”, o incrível sonho de “tocar em uma banda rock”. Quanto às músicas… bom isso já é um outro capítulo que em breve será escrito, pelo Hangar e por todos vocês que estão lendo este diário. Abraaaaçoo…




Postado em 21/05/2009

postado por Humberto Sobrinho

Olá Família do Hangar, primeiramente, gostaria de dizer pra vocês que é uma enorme satisfação estar escrevendo o meu primeiro diário como vocalista dessa banda que vocês amam e que ama a vocês!!! Realmente esses caras têm paixão pelo que fazem e, acima de tudo, RESPEITO PELOS FÃS como poucas bandas.

Confesso que no início, pensei que dificilmente a banda pudesse compor um disco tão bom como TROYC, que é um disco excelente, num espaço curtíssimo de tempo e com gravadora estipulando prazo. Isso me deixava um pouco receoso, pois o momento era bastante delicado também pelo fato de eu estar entrando numa banda do nível do Hangar, substituindo outro vocalista, gravando um disco antes mesmo de, sequer, fazer o primeiro show com a banda, etc.

No entanto, quando vim ao sítio pela primeira vez e vi aqueles “loucos” compondo e arranjando as músicas, comecei a imaginar como elas soariam finalizadas. Naquele momento percebi que realmente a coisa estava fluindo da melhor forma possível. Isso me deu a confiança necessária para entrar de cabeça na loucura deles. Foi uma grande surpresa, pois além de ver pessoas determinadas em fazer mais um grande trabalho, pude ouvir a quantidade de músicas maravilhosas que eles estavam compondo. Difícil falar a que mais gosto, pois todas são excelentes. O que mais me chamou a atenção foi a variedade de andamentos, riffs, harmonizações e PRINCIPALMENTE, melodias instigantes. Como a banda amadureceu!

A partir daí comecei a pensar na melhor maneira de encaixar a minha voz nas músicas, se cantava limpo ou rasgado, claro que a minha maior preocupação era com a interpretação de cada palavra, cada frase, cada momento, contexto da letra, melodias, tudo deveria estar em sintonia com a música. Tive muuuuuito trabalho com tudo isso e numa pressão fora do comum, devido ao prazo curto, mas, aprendi bastante com tudo isso e com cada integrante da banda.

Fora isso, eu tinha outras atividades, como correr ao redor do Sítio e geralmente o Buzz corria junto, além do Martinez, que me aconselhava sobre dietas e muito blá, blá, blá, hahahahaha!!!

O Mello, sempre tranquilão, nos intervalos correndo pra TV à procura de notícias sobre futebol ou simplesmente andando de um lado para o outro da casa, sem chegar a lugar algum, hahaha!

Comecei a gravar no dia 15 de Abril. Gravava durante muitas horas sem parar até todos ficarem satisfeitos, inclusive eu. Em média fazia 250 takes por música!!! Pensam que é fácil gravar um disco como esse? Não sei como agüentava tantas horas cantando todos os dias. Acredito que a determinação da banda toda tenha me inspirado a superar meus limites, além de minha vontade de querer fazer parte de um disco singular como esse que, em minha opinião, é uma excelente continuação do TROYC. Em seguida já gravava todos os backings pra ver como soariam na música, mesmo sem os arranjos de teclado. E o resultado sempre me surpreendia.

Embora o Laguna já tivesse algumas ideias em mente para os arranjos de teclado, ele sempre os colocava após a voz gravada para valorizar a música como um todo. Aliás, ele deixa o que já está soando muito bom, soando muuuuito melhor. O cara é um gênio!!! A cada novo arranjo eu me assustava mais, tamanho o bom gosto dele.

O Adair “Carneiro Maldito” Daufembach, estava sempre atento e não deixava passar nada, registrando (gravando) todos os momentos, pois saibam que tem bastante coisa que improvisei na interpretação final. São momentos únicos e mesmo que eu tentasse reproduzi-los em seguida, não soariam iguais… mas agora vou ter que fazer tudo novamente ao vivo, hahaha!

O Aquiles, sempre dando ideias muito boas aqui e ali, atuando como produtor do disco, além de observações fundamentais para o bom andamento dos trabalhos. Às vezes, inicialmente eu não entendia muito bem as suas idéias, mesmo assim as executava, confiando na experiência dele. Quando eu ia ouvir o resultado era outra surpresa, boa é claro! “Ao término dos dias”, lá pelas 4 da manhã, o Aquiles pegava seu Ipod e ainda ficava ouvindo no quarto o que tínhamos gravado, conferindo várias vezes e anotando tudo.

Hoje, dia 11 de Maio, terminei a minha parte, ufa! Um fato curioso… a última palavra que gravei nesse disco foi Life… Não vejo a hora de cantar a primeira palavra do próximo!!! Agora vamos nos concentrar nos ensaios para o meu primeiro show com a banda na virada Paulista, na cidade de Caraguatatuba às 2 da manhã do dia 17.
Pra finalizar, gostaria de agradecer de coração à todas as pessoas que de alguma forma me apoiaram para que eu estivesse aqui nessa nova jornada com o Hangar, e dizer que estou muito feliz por fazer parte deste grande time de loucos. Aguardo vocês nos shows. Abração!




Postado em 21/05/2009

postado por Eduardo Martinez

Se eu morrer amanhã tenho certeza de apenas uma coisa: valeu a pena ter dedicado uma vida inteira à música. A razão é esse trabalho, meu terceiro no Hangar, o quarto da banda e oitavo da minha carreira como guitarrista e co-autor. Entre muitas extravagâncias sonoras que vão surpreender e enlouquecer vocês, pude também reinterpretar mais um clássico do Last Time, disco que foi o meu teste de entrada no Hangar em 1999… E em fevereiro 2009 quando nos encaramos novamente após a incrivelmente bem sucedida tour do TROYC, cada um com seus instrumentos, sem uma música nova sequer, não podíamos imaginar que agora enquanto escrevo estas linhas (apenas 3 meses depois) estaríamos com tudo gravado! A química e a criatividade desta banda me surpreendem agora com a música mais pesada e extrema, mais complexa e bem produzida que já tocamos. Somos uma banda mais do que nunca agora; nas letras, na expressividade e na interpretação de cada idéia. A audição integral desse CD será uma experiência em tempo real de nossa vivência musical até hoje.

Após o excelente The Reason Of Your Conviction conseguimos compor completamente livres de qualquer fórmula e não nos repetir. Ouça a dor, o sangue, a luta de cada um de nós para fazer o impossível sem falhar nunca, buscando o resultado musical ideal custe o que custar. Destaque para as novas interpretações do Hangariano Honorário Humberto, para a produção obsessiva do Aquiles e a captação perfeita de Adair “guitar hero” Daufembach.

…Dando sequência a minha parte no diário de bordo no dia de hoje, 11 de maio, em meio à pré-mixagens, visitas surpresas de fans que nos encontram sabem-se lá como aqui em nosso esconderijo, revisões, back-ups, músicas compostas na última hora e espanações-master de último dia (último dia mesmo!) fiz a minha gravação acústica final do CD. O melhor de tudo é que amanhã mesmo começaremos os ensaios para o primeiro show da nova formação com Humberto nos vocais, sendo que em seguida, o Aquiles e Adair partem para Alemanha a fim de acompanhar a mixagem. E tem sido assim desde o início, quando entrei naquela “garagem” em Porto Alegre, para ensaiar exaustivamente todas as músicas do Last Time, muitos covers e algumas músicas novas que vocês já conhecem bem. Isso mostra que essa banda veio pra ficar, que ninguém e insubstituível e todos os integrantes e equipe se entregam 200% ao trabalho, que é intenso e incessante. Tudo isso para que você tenha orgulho de fazer parte dessa loucura, nos shows e eventos da banda, ensaiando e estudando para que isso também aconteça com sua banda (e espero que até melhor) um dia.

Os meus primeiros dez anos de Hangar se completam nesse trabalho que será certamente brilhantemente finalizado por Tommy Newton. Mas tudo isso só fará sentido quando você chegar ate nós depois dos shows da nova tour e nos dizer que valeu a pena deixar tudo pra trás e seguir em frente. Dedico cada nota de guitarra neste álbum a todos os verdadeiros amigos que sempre me apoiaram em todos os momentos, sem nunca virar as costas: minha família, minha banda e os fans do Hangar: minha razão de viver e tocar são vocês.









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