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Postado em 25/02/2009

postado por Aquiles Priester

Olá Pessoal, tudo bem?

Já estou em Erechim finalizando as gravações da banda e me preparando para voltar para o sítio em Tatuí onde finalizaremos as músicas do Hangar. O Sr. Adair Daufembach irá com a gente para já fazermos uma boa gravação de pré-produção.

Aqui em Erechim está tudo indo muito bem e as músicas estão tomando forma e agora já tenho mais claro tudo que imaginei sobre o resultado final. O teclados serão gravados pelo Fábio Laguna e tenho certeza que ele colocará a cereja final nesse grande bolo que chamará muita atenção quando for lançado. As mixagens serão feitas na Alemanha pelo Tommy Newton na mesma época que estaremos mixando o novo disco do Hangar. Isso deve acontecer no início de maio.

Por falar nisso, temos muitas novidades e não vemos a hora de mostrar para vocês alguns trechos da gravação do Hangar que começaremos em março. Se vc estiver curioso, leia o jornal de Criciúma (que está anexo), e que tem uma matéria muito legal sobre tudo isso que está acontecendo.

Grande abraço,

Aquiles




Postado em 17/02/2009

postado por Aquiles Priester

Olá amigos de toda rede net. Aqui estou mais uma vez para sintetizar para vocês tudo que aconteceu desde que deixamos São Paulo no dia 2 de fevereiro, rumo a Tatuí, interior de São Paulo, para reunir nossas idéias e compor nosso novo álbum, o sucessor do TROYC.

A aventura recomeça com o encontro de toda a banda no galpão onde deixamos nosso equipamento e para prepararmos a primeira carga do ano. Desta vez foi bem leve, já que estávamos levando somente um equipamento básico para ensaio. As expectativas das novas composições estavam presentes nas nossas conversas desde que definimos a data desses ensaios no final do ano passado.

Chegamos a Tatuí e em seguida fomos a um supermercado fazer compras, pois a parada final seria num sítio a cerca de 10km do centro da cidade. Logo após enlouquecer as pessoas no supermercado, ficamos cerca de uma hora parados devido uma chuva rápida e forte que pegou todo mundo de surpresa. Ficamos num posto abandonado.

Já era entardecer quando tentamos chegar por uma estrada de chão batido ao estúdio no sítio de um amigo do Fábio. De repente ele aparece do nada, o famoso “Contrário”. Tentamos subir uma lomba com barro e não conseguimos, ficamos atolados… Isso mesmo ATOLADOS. O Fábio foi o primeiro a ir atrás de socorro e a moça que estava nos guiando foi até o sítio buscar um trator para nos desatolar… “Às vezes me pergunto por que as coisas não são mais fáceis…” O próximo a deixar o carro foi o Martinez, que voltou com lama até o joelho e disse que queria entrar no carro, pois estava com frio e a chuva tinha recomeçado… Entrou… O Mello ficou com medo do carro não aguentar o peso do trailer e descer se esborrachando num rio, que ficava numa das margens da estrada e resolveu sair só de meia para não sujar seu único tênis…

Os dois ajudaram os nativos locais a encontrar um bom local embaixo do carro para colocar a corrente para nos rebocar… Tiveram sucesso! Após uma hora, chegamos ao sítio e não acreditamos no que vimos… O estúdio era um espaço maravilhoso e logo descarregamos tudo e começamos a montar todo o equipamento. Para comemorar fizemos nosso primeiro churrasco… A chuleta estava suculenta e gostosa…

Todos os dias nossa única rotina era compor, tocar, arranjar e ouvir o que tínhamos feito. Logo as músicas começaram a tomar forma e a média era uma música composta por dia. Num dos dias, tivemos sorte e terminamos duas músicas. Iniciávamos geralmente ao meio dia, almoçávamos às cinco da tarde e jantávamos quando terminávamos o trabalho do dia, que poderia ser meia noite ou três da manhã. Terminamos essa primeira fase da “Casa dos Autistas” com 10 músicas prontas. Durante um dos dias que estivemos por lá, um mini bugre local apareceu para assistir o ensaio. Primeiro ele ficou por perto da janela e depois o convidamos para entrar… Logo ele começou a conversar e durante nossa pausa para o café começamos tentar tirar as impressões que ele tinha gente… Perguntamos se os assustávamos e se ele achava estranho alguma coisa que estava acontecendo por ali… Demorou um pouco, mas ele disse que tinha achado estranho uma coisa que tinha visto um dia antes… Falou que viu um de nós andando pela varanda indo e voltando várias vezes, mas o que achou mais estranho era que essa pessoa não fazia nada, apenas caminhava de um lado para o outro sem esboçar nenhuma reação… Depois de o pressionarmos muito, ele apontou para o Mello… Ahahahahahahahahaahah!!!!!!!!!!!!!!!!

O Mello faz isso mesmo! Com certeza ele deve andar uns 5 km por dia até dentro de uma salinha de ensaios… Todos os dias ele fica andando de um lado para o outro cantarolando algumas melodias…

Vamos nos reunir novamente no dia 5 de março para finalizar as composições e os arranjos finais. Começo a gravar as baterias lá pelo dia 20 de março. Na segunda vez que nos encontrarmos, nosso novo vocalista já estará conosco para trabalhar junto com a banda nas melodias vocais. Sim, já testamos vários cantores e estamos na fase final da seleção.

Ah, por falar em música, posso garantir que pelo esboço dessas composições, vamos ter um grande disco com tudo que as pessoas esperam de um disco do Hangar. Peso, melodia, bom gosto e muita velocidade. Temos uma nova música, que com certeza será nossa mais brutal composição com o andamento em 215 bpms. Também temos músicas mais cadencias e também algumas composições bem mais lentas que a Call Me in The Name of Death, que mostra nosso outro lado, mais melódico e mais maduro.

Estamos bem felizes com a nova forma do nosso novo disco e mal podemos esperar para dar mais notícias para vocês.

Desde o dia 15 de fevereiro, estou em Criciúma acompanhando a gravação das baterias da banda de Erechim. Vamos terminar a produção da banda na cidade deles em duas semanas. O Sr. Adair Daufembach está comigo. No dia 5 de março voltamos para São Paulo direto para o sítio, para finalizar as músicas e então me preparo para o estúdio novamente. Vou manter vocês informados sobre tudo que vai rolar durante o processo de produção desses discos…

Espero que vocês estejam todos bem.

Um grande abraço e o Mello, Martinez e o Fábio mandam lembranças a vocês!!!

Aquiles




Postado em 02/02/2009

postado por Aquiles Priester

A banda Hangar inicia o processo de composição do sucessor do Troyc. Leia o trecho extraído do diário publicado no blog oficial do baterista Aquiles Priester.

“Antes disso, nós da banda Hangar vamos para um sítio perto de Tatuí no interior de São Paulo, para juntar nossas idéias e compor o novo disco da banda, que precisa estar pronto no final de maio. Portanto, segunda-feira, dia 02/02 iniciamos oficialmente o processo de composição do novo disco do Hangar. Pelo que já mostramos um para o outro, esse será o disco mais extremo da banda em todos os sentidos. Vamos surpreender vocês… Prometo que faremos diários para manter vocês todos informados, tá bom?

Para ler o diário completo, visite:
www.aquilespriester.com e www.aquilespolvopriester.zip.net




Postado em 01/09/2008

postado por Nando Mello

Chegou a minha vez de falar sobre a Conviction Tour do Hangar neste ano de 2008. Nos últimos três meses tivemos muitas aventuras e tentarei detalhar cada acontecimento pitoresco ou não que possa ter acontecido conosco. Após o show de Belo Horizonte, onde tivemos a possibilidade de abrir para o Queensryche, uma honra para nós. Caímos na estrada novamente porque na semana seguinte, dia 17/05, estaríamos em São Bernardo do Campo, participando da Virada Cultural do Estado de São Paulo.

A Virada reúne artistas de todas as áreas, em várias cidades ao longo de um único dia, ou seja, 24 horas de entretenimento. Para uma banda de metal, seria uma oportunidade única, visto que é difícil termos espaços assim em eventos públicos. Chegamos ao evento lá pelas 22hs e a TV local já estava nos esperando para uma rápida entrevista. Como o Nando não havia chegado, acabou ficando de fora, mas conseguimos mandar bem em todas as respostas. Logo em seguida começou o show da banda CPM22 com seu rock, digamos comercial, seguidos pela banda carioca, Autoramas. Uma das curiosidades é que o evento foi apresentado pelo Thunder, ex-VJ da MTV, e à medida que nosso equipamento ia entrando e sendo montado no fundo do palco ele anunciava que iríamos “quebrar tudo…”. Exatamente as três da manhã começamos o show sob um frio de cerca de 10 graus e um vento incessante. Assim mesmo o público de aproximadamente cinco mil pessoas ficou até o final. Agradecimentos aos nossos amigos João, Marina, Carol, Van e Leticia que como sempre não poderiam deixar de faltar.

A semana da gravação do DVD havia começado e estávamos todos muito apreensivos. Montamos toda a estrutura que iríamos usar no estúdio do nosso amigo Fábio Veroneze, tudo mesmo: a bateria monstro, os amplificadores, etc… e ensaiamos exaustivamente na parte da tarde que no período da manhã ensaiávamos o repertório acústico no estúdio do Aquiles. Era uma correria. Nesta época estávamos vivendo uma situação de tensão direta, mas nem cabe entrar em detalhes aqui. Enfim foi uma semana de intenso trabalho. Na sexta feira, dia 23 de maio, chegamos ao Centro Cultural e começamos a montar o que viria a ser o cenário do show acústico. Havíamos contratados uns garotos que trabalhavam com artes e cenários, mas acho que eles não entenderam bem o que queríamos e acabamos tendo que usar o pano de fundo que eles montaram, meio estranho. As máscaras pareciam umas “amebas”, como me disse a nossa amiga Priscilla Mamus. Comecei o show bem tranqüilo, o acústico não me mete medo. Claro, eu toco sentado, não tenho que balançar a cabeça e não corro o risco do Martinez pisar no meu pé ou nos meus cabos, como acontece no show elétrico. O mais legal deste dia foi rever a turma toda do blog: Michely, que veio de Fortaleza; a Carol, a Marina, o João, a Vanessa e a Priscilla, que veio de Maringá. Todos ali, compartilhando desde a passagem de som até o final. Acho que fomos bem no acústico e a tensão até que se foi. O único fato a lamentar é que tivemos que deixar duas músicas de fora porque estouramos o tempo de funcionamento do local.

Dia 24 finalmente chegou: a gravação do show normal ou elétrico. Bom, falar sobre este show e gravação não é muito fácil. Tivemos uma semana difícil e a palavra chave foi superação. Chegar ao local, montar tudo, ficar na expectativa da chegada do publico. Tudo envolveu muita emoção. Foi um dia mais que especial onde lembramos de toda a trajetória da banda, dos momentos vividos juntos, das escolhas, expectativas e caminhos que resolvemos seguir. Tudo me lembrou Porto Alegre no inicio da minha entrada na banda. A historia toda contada e revista para chegar naquela “uma hora e meia” de show e pensar que a soma de todos aqueles anos estava ali. Falar em um momento ou outro do show seria injusto. Prefiro lembrar de quando o Nando me apresentou e o Aquiles me chamou no meio dos aplausos e repetiu três vezes segurando a minha mão: “você merece estar aqui”. Foi um momento que a cabeça rodou e lembrei de tudo e todos que sempre nos apoiaram. Não deu pra segurar a emoção de ver as meninas, Marina, Michelle, Carol, Priscilla e Vanessa com os olhos marejados, escondendo as lágrimas que rolavam nos rostos iluminados destas nossas amigas queridas que nos apóiam há tanto tempo. Neste momento também senti que muitas pessoas se identificam conosco, sabem que sonhamos e que o sonho às vezes pode tornar-se realidade, nem que por um só instante. Eu resumo este sentimento em uma única pessoa naquele dia: Marina Dickinson, para sempre a número 1. Imediatamente após o show de sábado, voltei para minha casa em Gravataí, onde fiquei por quatro dias.

Sexta , 29/05, viajei para Ponta Grossa, no Paraná, onde tocamos para um publico muito legal. Na chegada ao hotel encontramos o ator “global” José Abreu, que estava estrelando uma peça na cidade. O cara foi gente finíssima, bateu papo, tirou fotos e inclusive falou que um dos filhos dele toca baixo em uma banda de metal chamada ”Bigorna”, pode? O local do show parecia um galpão com várias mesas de madeira, que aos poucos foram sendo agrupadas para montar um grande palco. O publico não decepcionou e tivemos a companhia de cerca de 350 pessoas para acalentar o frio de seis graus que fazia na cidade. Lá conhecemos a Márcia, super fã da banda. Após o show, ainda na madrugada voltei para casa para descansar mais seis dias.

Dia 05/06 embarquei para São Paulo, onde a van, o trailer e a carga já estavam me esperando para irmos a Uberlândia. Partimos a noite e na saída da cidade o contrário quase nos pegou. Ao ultrapassar um veículo pequeno, o vento forte fez com que o trailer saísse de lado e começasse a balançar, levando a van junto. Foram 10 segundos de terror, pois eu tinha certeza de que capotaríamos. Nosso motorista, Roberto “O Funkeiro”, conseguiu controlar a situação e dominou o carro fazendo com que ele parasse. Depois que o Roberto, “O Funkeiro” voltou a sua cor normal, seguimos viagem. Mas antes firmarmos um pacto de não ultrapassar a velocidade de 80km/h. Chegamos pela manhã em Uberlândia, direto ao hotel, que era praticamente ao lado do local do show. Aqui cabe um parêntese para falar sobre o London, onde tocamos. O lugar é perfeito, um pub com mezaninos e toda a estrutura para um bom show de rock de qualquer vertente. A organização foi impecável. Lá encontramos a Tati Ribeiro, o Nilson, o Zafá Gonzaga e sua namorada Letícia, todos excelentes músicos e amigos, que abriram o show do Hangar com a sua banda Soul Stone. Após o show, que foi um dos melhores, ficamos batendo papo e autografando e tirando fotos com todos até a madrugada. Enquanto o restante do pessoal voltaria a São Paulo no dia seguinte, o Martinez, o Nando e eu fomos para Mococa. Foi a oportunidade que tive para conhecer a pequena e aconchegante cidade e a família do Fábio, que nos recebeu muito bem. No sábado o Nando fez uma participação cantando na banda de covers do Fábio em Mococa. O local abarrotou de gente e o show foi muito legal com vários clássicos de Queen, Deep Purple e outros, enfim aquela velha e boa “gritaria”, no bom sentido é claro. Ficamos na cidade até 12, então pude conhecer tudo, inclusive o cachorro do Fábio, chamado Cordélio. Ele é um Rotweiller com cara de bravo, mas amável. Quer dizer, até certo ponto, pois fui pegar a bicicleta do Fábio para dar uma volta e ele do nada começou a me ameaçar. Imediatamente reagi com toda a minha força e gritei bem alto… “Fááááááábio!”, enquanto largava a bicicleta e saia correndo… Coisas inexplicáveis.

No dia 12/06, a van, o trailer e a carga passaram por Mococa e tomamos o rumo do planalto central do Brasil. Primeira parada: Goiânia. Chegamos ao final no dia e imediatamente fomos descansar. No dia do show, pela manhã, aproveitei para conhecer uma parte do centro da cidade, principalmente as lojas que vendiam camisetas de times de futebol do estado, Goiás e Vila Nova. Quase convenci a vendedora a me dar um desconto de 100%, mas acho que ela sentiu que estava sendo enganada e não fez negócio comigo. Antes e após o show fomos jantar em uma pizzaria, onde fomos atendidos por um garçom chamado Aquiles. Isto mesmo, homônimo do nosso Aquiles Priester. Imagina a confusão e a “pegação de pé” que foi. Coitado, o cara sofreu bastante naquela noite. O show foi muito bom, em um local que parecia um ”planetário”, sim, daqueles que vamos para ver estrelas e pontos da Via Láctea. A produção foi ótima e o show com bastante energia, com destaque para o pessoal de Anápolis, que viajou até Goiânia e agitou bastante.

Saímos apressados para Brasília. Chegando à cidade já dava para perceber que o local era diferente de tudo o que conhecíamos. Para começar os famosos endereços: Asa Sul, Bloco Norte, Seção 44, Distrito 23, Casa 98, Bairro Leste, etc… É claro que nos perdemos e ficamos estacionados em um posto de gasolina até que o produtor nos achasse e dissesse: “pó, é logo ali”. Cara de ?????? Fomos até o hotel na Ala “Hotel” de Brasília e lá ficamos até a hora da passagem de som. Chegamos ao local do show e para nossa surpresa, o palco não era muito apropriado para um show completo e tivemos que deixar os cenários de fora. A galera compareceu e o Nando mandou ver, embora o retorno para a voz não estivesse funcionando e ele soltasse um sonoro “filho da p…” no microfone. Reação do publico: todo mundo gritando “filho da p…”. Foi um show muito bom e encontrei nosso amigo Sombrio, que faz parte do blog APP, que como sempre me fez várias perguntas. No final do show pedimos umas pizzas e ficamos esperando. Uma hora depois, chegou um motoboy com uma sacola e o Aquiles pediu ao Martinez que fosse perguntar para ele de quem eram aquelas pizzas. O Martinez foi até lá e voltou correndo dizendo que as pizzas eram da “banda Valquiria”. Estranhei pois não havia nenhuma “banda Valquiria” tocando no dia. Fomos para o hotel e pedimos outras pizzas. E então descobrimos que a “ Valquiria” era a esposa do nosso contratante e as pizzas que chegaram no local do show eram realmente nossas, ou seja, uma pequena confusão patrocinada pelo nosso querido guitarrista Eduardo, que confundiu o nome da pessoa que pediu as pizzas com uma banda que não existia. Passados dois meses ele ainda sofre com a brincadeira, pois a cada coisa que pedimos para a banda Hangar alguém responde lá do fundo: ”Não… não é do Hangar, é da banda Valquirias” e todo mundo cai na gargalhada. Coisas de Eduardo, ah o velho Martinez… Não pegamos a estrada sem antes parar na frente do Congresso Nacional para tirar uma foto: nós, a van, o trailer e a carga. Mal saímos da van e lá já estava um carro da policia querendo saber o que aquele bando de macacos queria por lá. Alguém respondeu “é só uma foto moço” e saímos de ”fininho” antes que o Contrário aparecesse. Seguimos para São Paulo para prepararmos a jornada da semana seguinte: três shows seguidos em dois estados.

O show de 20/06 em Santo André foi acústico. Chegamos por volta das 15hs e ficamos impressionados com a infra-estrutura do teatro. Fomos recebidos pelo nosso amigo Dino, que imediatamente colocou sua equipe a nossa disposição. Foi à volta do Daniel Santiago e sua percussão. Neste show ele e o Aquiles fizeram um solo de bateria e percussão que deixou todos ligados. O teatro estava lotado e muitos amigos compareceram, como o César, a Marina, o João e a Carol. Desmontamos todo o cenário e imediatamente nós, a van, o trailer e a carga saímos em direção a Maringá. Como sempre fazemos nas viagens, as sessões de DVD são um caso a parte. Alguns gostam de aventura, outros de comédias, outros ainda de ficção cientifica, futurista, mas o Aquiles gosta mesmo é de sangue. Assistimos pela quinta vez o tal de Hannibal (aquele quando ele era jovem, sabe?). Nossa, chega uma hora que não da… Hannibal, Jogos Mortais, Albergues, etc… Estas coisas tem limites. Chegamos a Maringá na parte da manhã e encontramos nossa amiga Priscila Mamus, além do Lui e do Caverna, bateristas da cidade. Fomos para o hotel descansar e a noite seria o show. Não sei o que aconteceu com o Juninho (nosso contratante), gente fina, mas simplesmente não divulgou muito o show. A casa estava quase lotada. Nossa amiguinha Kelly estava lá com o namorado. Ela tem 15 anos e é apaixonada pelo Hangar, ficou tirando fotos o tempo todo. De qualquer maneira o som estava ótimo e todos saíram felizes. Pela manha saímos em direção a Curitiba, onde faríamos uma apresentação acústica em um bar chamado… Hangar. Legal, Hangar no Hangar. Fomos direto ao hotel e logo em seguida ao local do show, onde passamos som 30 minutos antes da apresentação. Curitiba dispensa comentários. Nossos grandes amigos sempre aparecem, a Lexus, a Luma estavam lá marcando presença e cantando todas as músicas. Saímos com a promessa de voltar a Curitiba no mês de setembro, quem sabe, seria a quinta vez este ano. Para nós seria motivo de muita alegria. Após o show fui direto para Porto Alegre e para casa.

Dia 28/06 rumei para Florianópolis, onde a banda, a van, o trailer e a carga estavam me esperando. Ainda na Rodoviária encontrei a nossa amiga Carol, que havia marcado uma entrevista para quatro sites e jornais locais. Ela levou o Martinez e eu até o local do show. Chegamos e a estrutura já estava montada, ótimo trabalho do Pepe (Gepeto, Vovô, Velho Maldito) e do Rodrigo (Bussano, Ave do Mau Agouro, Corvo Maldito), que ficam mais eficazes a cada dia que passa. O local era uma especie de danceteria gaúcha e me senti muito bem com todos aqueles símbolos conhecidos. O palco era bem alto e o som de primeira. Palmas para a produção do nosso amigo Fabiano, da Rock Produções, que planejou tudo muito bem. No final do show o Aquiles chamou-o ao palco e deu um prato de presente para ele, que ficou muito emocionado e fez um pequeno discurso enaltecendo o profissionalismo da banda. Foi um show com H maiúsculo. Imediatamente voltei para casa, pois nosso próximo show seria no Rio de Janeiro somente no dia 13 de julho.

Dia 08 de julho o Aquiles veio para Porto Alegre de carro para visitar seus parentes e no dia 09 o Martinez e eu aproveitamos a carona e começamos nossa viagem para São Paulo. No mesmo dia, passamos em Criciúma, onde gravei uma musica para o CD instrumental do guitarrista Adair Daunfenbach. Foi uma experiência interessante, o Aquiles gravou a bateria de uma música e eu o baixo para outra musica. O Adair é um guitarrista sensacional e com certeza vamos ouvir falar bastante dele nos próximos anos. Seguindo viagem, dormimos em Curitiba e dia 10 chegamos a São Paulo.

Dia 11 seguimos, nós, a van, o trailer e a carga, para o Rio de Janeiro. Chegamos à noite e o pessoal da produção já nos esperava com o Emilson e o Adam. Um dia antes do show aconteceu o workshop do Aquiles no SESC Madureira. Eu nunca havia ido ao Rio então aproveitei para conhecer ou avistar todos aqueles lugares que se tornam mitológicos nos meios de comunicação de massa: Madureira, Olaria, Praia do Flamengo, Bangu, Meyer, Tijuca, etc… Sim, eles existem não somente nas novelas, assim como a violência. Em todos os lugares que íamos as pessoas nos avisavam: o que você viu e vê na televisão existe. Sair do hotel nem pensar, embora o Martinez e eu tenhamos ido à praia do Flamengo para avistar o Pão de Açúcar de verdade, não o supermercado. Logo que chegamos à praia começou a chover e tivemos que voltar. Já no sábado durante o workshop encontramos nossos fervorosos amigos cariocas, Jorge Augusto, Joice, Bárbara, Suuh e vários outros que chegaram já com a camiseta do Hangar. Após a janta descansamos, porque domingo era dia de show, Dia Internacional do Rock.

Chegamos ao Sport Clube Mackenzie por volta das 17hs. O pessoal já estava chegando e o movimento era grande. Não havíamos imprimido o set list e, como era domingo, seria mais difícil achar uma lan house. Fui até a porta do clube e encontrei a fila, onde a Mônica e a Luana me ajudaram indicando um provável lugar onde conseguiria uma impressora. Elas eram fans da banda e ficaram surpresas quando me viram saindo correndo do local. Ainda deu tempo para uma foto. Após o show das bandas de abertura, muito boas por sinal, nos preparamos para subir no palco. A Vera Kikuti, nossa produtora, nos acompanhou nesta viagem, então tudo funcionou perfeitamente. Realmente o Rio estava esperando um show do Hangar. Tem um vídeo da banda tocando The Reason of Your Conviction na internet que mostra as pessoas, quase todas, com munhequeiras do “H”. Alias estas munhequeiras foram um sucesso. Durante o show o Aquiles chamou o Jorge Augusto ao palco e o agradeceu em nome da banda pelo esforço que ele fez para que o Hangar fosse ao Rio. O garoto estava emocionado. Depois do show saímos apreensivos, pois já era tarde e a volta a São Paulo dependia de uma passada pela Linha Vermelha na saída do Rio de Janeiro. Nossos guias indicaram um caminho melhor e conseguimos sair pela Linha Amarela com toda a tranqüilidade, lembrando dos bons momentos do show e de nossas antigas e novas amizades feitas na cidade maravilhosa.

Voltamos para São Paulo no dia 14 e o Aquiles foi direto para Araraquara fazer um masterclass. O Martinez e eu ficamos em São Paulo e tratamos de ir até o nosso tatuador, o Gilvânio, da Joker Tattoo, onde marcamos nossa pele com os “H” de Hangar. O Martinez fez no pulso, em verde e pequeno. Eu fiz no braço direito, um pouco maior e em preto. É, realmente tatuar dói, mas depois a gente esquece e quer fazer outra. Nunca ninguém me perguntou se eu tinha duvida sobre esta tatuagem, e eu realmente não tenho. o “H” já faz parte.

Dia 17 de julho foi dia do Anime Friends. Para quem não conhece, este evento acontece anualmente em São Paulo e reúne os admiradores de Animes, Mangas e HQ japoneses. Andar pelo espaço da feira é uma aventura. Os otakus (participantes) interagem com seus cosplay (fantasias) de super heróis, pokemons, narutos e diversos tipos de personagens. Nesta área eu dei uma furada grande ao perguntar, ”hey, onde estão os Cavaleiros do Zodíaco?” e fui prontamente fuzilado “eles já eram…”. Tipo assim, acho que realmente estou ficando velho demais pra esta brincadeira. Tudo bem, fazer o quê? Nos palco os shows eram sempre de J-Music ou J-Rock, música de desenho animado japonês. As performances eram irrepreensíveis. Bom, vamos ao Hangar. Antes do show tivemos uma grande sessão de autógrafos, patrocinada pelo Consulado do Rock, nossa parceira. Ficamos cerca de uma hora atendendo a todos os que passavam e queriam autógrafos ou fotos. A estrutura e a qualidade de palco e luz eram gigantescas. Acho ate que foi um dos melhores sons da tour. Os organizadores nos surpreenderam ao colocarem no fundo do palco o nome Hangar no telão com a mesma fonte que usamos que, digamos de passagem, não é fácil de achar. Foi um espetáculo visual muito interessante. Como sempre nossos amigos compareceram em massa, com grande quantidade de pessoas vestindo a camiseta da banda, o que fez a noite ficar mais especial. Abraço mais que especial a Van, ao João, a Carol, a Marina, a Letícia e ao César. Chegamos em casa cedo e tratamos de descansar para a mais nova aventura.

Antes de embarcar para o Nordeste, tratamos de verificar a edição do nosso DVD. Posso adiantar que as imagens e som estão excelentes. Também mandamos para a fábrica a nova edição do Last Time, com direito a um DVD-história da banda, de 1997 a 2005.

Nosso próximo show seria em Natal, o que fez com que ficássemos todos muito apreensivos. Viajar três mil quilômetros, com a van, o trailer, a carga e nós não seria nada fácil. Calculamos 50 horas de viagem e, como sempre erramos: foram 55 horas. Saímos de São Paulo na tarde-noite do dia 22 e seguimos rumo ao interior de São Paulo, depois Minas Gerais (Três Corações, Belo Horizonte, Ipatinga, Governador Valadares, Teotônio Otoni, etc), Bahia (Vitória da Conquista, Jequié, Feira de Santana, Alagoinhas), Sergipe (Aracaju), Alagoas (Maceió), Pernambuco (Recife), Paraíba (João Pessoa) e finalmente Rio Grande do Norte (Natal!). Infindável asfalto, passando pelo Brasil verdadeiro, de vastidão, distância, riquezas e pobrezas incalculáveis. Estas viagens fazem parte de um saber que não há preço. Pessoas diferentes do nosso cotidiano, lugares que agora já não são mais estranhos. Para descontrair, nosso parceiro DVD estava ali toda hora, amigo, reproduzindo o que quer que fosse, qualquer tipo de filme, qualquer mesmo… Deixa pra lá… Chegamos a Natal e fomos recepcionados pelo nosso amigo Delano. A produção em Natal foi especial, lugares excelentes, praia, etc. Ficamos apaixonados pela cidade. Na manhã do dia seguinte quando preparávamos para ir à praia do hotel, isto mesmo no hotel havia praia e piscina. Olhei pela janela e vi… sol? Claro que não, uma chuva torrencial sobre Natal. Fazer o quê?… Fomos a uma rádio e a uma televisão para uma entrevista. Na rádio foi uma festa, com direito a música, etc. Na televisão um fato curioso, junto com o Hangar iria ao ar uma banda de eletro rock que eu não lembro o nome. Chegamos ao local e os integrantes desta banda estavam bem eufóricos, era uma banda meio que, “eletro rock”, digamos que os meninos eram bem “alegres” no melhor sentido da palavra. Foi uma situação bem pitoresca ver o Martinez e o Aquiles, muito sutis, irem ao ar junto aos três integrantes um pouco mais “leves” desta banda. Eu ri muito com a cara de “estranho” que eles fizeram… Voltamos ao hotel onde encontramos nossa amiga e braço direito do Psycho Blog do Aquiles, a Srta. Michely Sobral, que veio direto de Fortaleza para assistir aos shows de Natal e Recife. A Michely estava bem humorada e nos divertimos bastante falando sobre o blog e o pessoal que freqüenta o mesmo. Nossos amigos queridos. Durante o dia recebemos a grande noticia do nascimento da filha do nosso querido Fábio Laguna. Foi legal ver o Fábio tão nervoso e contente ao mesmo tempo. Parabéns a ele e a família Laguna. A noite chegou e fomos para o show com a equipe e os produtores locais. O som estava ótimo e cerca de 500 pessoas compareceram ao local. No final o Aquiles chamou o Delano ao palco que foi ovacionado por toda a platéia. Saímos de Natal na manhã do dia seguinte em direção a Recife. A Michely aproveitou a carona e foi junto, dentro da van, lógico. Eu tive que sentar em cima de uma sacola de camisetas e curtir a viagem de 5 horas.

Recife é um caso a parte. Já seria a nossa quarta apresentação na capital pernambucana, que sempre nos recebe muito bem. Chegamos por volta das 14hs. A Joanna Litiel já estava esperando a Michely e as duas foram passear na cidade enquanto nos retirávamos para um bom descanso no hotel. À noite saímos direto para o local do show, o Armazém 14, onde tocaríamos e sairíamos direto para Salvador. Mais uma vez o Armazém foi liberado somente as 21hr o que fez com que tivéssemos que montar nosso palco em um tempo recorde de duas horas. Demos um tempo e à meia noite começamos a tocar. O público respondeu bem a pouca divulgação e compareceu em número razoável. O mais importante foi que apoiou a banda e cantou todas as músicas. Encontramos velhos amigos como o Júnior, que foi a todos os shows da banda na cidade. Depois dos autógrafos começamos a desmontar o palco e lá pelas quatro da manhã nos despedimos da Michely e da Joanna e embarcamos rumo a Salvador.

Para chegar a Salvador seriam 12hs de viagem. Nosso show estava marcado para as 19hs e já sabíamos que não iria dar tempo. Todos dormindo na viagem… A Policia Rodoviária baiana nos parou três vezes seguidas na mesma rodovia. Domingo à tarde o pessoal estava preocupado com a segurança no trânsito. Chegamos ao local do show às 18hs, exatamente uma hora antes do horário marcado para o inicio do show, ou seja, seria impossível começarmos no horário. Para completar, o palco era no segundo piso da casa e no primeiro estava rolando uma festa hip hop. Além disso, na rua já se aglomeravam cerca de 300 fans que já haviam comprado ingresso para assistir a banda. Descemos ali mesmo e com a ajuda da produção começamos a carregar tudo dois andares acima, passando pelos fans e pela festa hip hop. Começamos o show exatamente às 21hs, depois de passar o som às pressas. Talvez pelo cansaço ou pela pressa e adrenalina conseguimos realizar uma apresentação muito boa e, para nossa surpresa, a maioria do pessoal já conhecia as nossas músicas e cantou junto à noite toda. Vale lembrar que encontrei nossa amiga Gracielle, que havia ganhado uma credencial para acompanhar a passagem de som conosco. Depois dos autógrafos, me apressei, pois o Aquiles viajaria de volta a São Paulo de avião, já que no mesmo dia ele estaria embarcando para o Wacken, na Alemanha. O vôo sairia a uma da manhã e fui levá-lo ao aeroporto de Salvador na companhia de dois produtores locais e da Cielle. Despedimos-nos, desejando boa sorte na Alemanha e voltamos para o local do show onde o pessoal já estava terminando a carga. Despedi-me do pessoal, da Cielle e fomos direto ao hotel, onde pudemos descansar até a manhã seguinte e recobrar as energias para a longa volta para São Paulo, afinal seriam mais dois mil quilômetros de estrada.

Depois de tomar café saímos, nós, a van, o trailer e a carga em direção a São Paulo. Logo depois de Feira de Santana, ainda na Bahia, fomos parados pela Policia Rodoviária que nos apontou um problema em um dos pneus do trailer. Imediatamente pensei no “Contrário”, mas depois que desci, constatei que o mesmo estava a nosso favor e não contra. Um dos rolamentos da roda traseira esquerda esfarelou e a ela quase caiu, fazendo com que o eixo entortasse. Tivemos que voltar à cidade de Feira de Santana para conseguir alguém que fizesse o reparo, além de ter que comprar um pneu novo. Já era por volta do meio dia. Achamos um mecânico chamado Leandro, que era de Santo André, São Paulo, e nos ajudou muito. O serviço terminou às 21h, ou seja, 11 horas além do previsto para a nossa saída. Tudo bem, poderia ter sido bem pior e entendi que aquele policial rodoviário fez um bem á todos nós, a van, ao trailer e a carga. Saímos finalmente em direção ao interior da Bahia, quilômetros intermináveis passando por cidades que somente conhecemos pelos romancistas baianos ou pelos mapas rodoviários: Vitória da Conquista, Jequié… Até chegar ao interior de Minas Gerais, onde tivemos tempo para assistir a trilogia inteira de “O Senhor dos Anéis”. O Fábio, sua mala e seus equipamentos, saltaram da van no meio do caminho e da noite, em um posto de gasolina na rodovia Fernão Dias. Ele não suportava mais ficar na van e não via a hora de chegar em casa para ver a filha que havia nascido há quatro dias. Tentou a sorte e parece que conseguiu chegar algumas horas mais cedo em casa.

Finalmente chegamos em São Paulo no final da madrugada de quarta-feira. Desengatamos o trailer da van mais precisamente às 04h30min. O Martinez e eu ainda esperamos na Rodoviária até o meio dia e finalmente chegamos a Porto Alegre às 7hs da manhã de quinta feira! Viajar de segunda até quinta-feira por terra não é nada fácil não…

Este foi um resumo de nossa aventura. Gostaria de terminar falando que ao longo destes oito meses, com um intervalo de dois meses no verão, fizemos 37 apresentações em 12 estados, além de passar pelo Distrito Federal e pelo Paraguai. Visitamos 23 cidades, tocando para um público estimado em 25 mil pessoas e percorremos mais de 32 mil quilômetros pelas nossas estradas. Conhecemos pessoas que ficarão para sempre em nossas memórias e conseguimos firmar o nome de nossa banda para o público de metal, que tanto prezamos.

Na poderia deixar de agradecer a todos que participaram junto conosco, ao Daniel “Pepe, Velho Maldito” Fernandes, nosso técnico de som, pessoa importante e um amigo pra toda hora; ao Rodrigo “Bussano, Pássaro Maldito” Fantoni, que faz parte desta família, profissional ao extremo; ao Beto “Buba”, nosso homem de vendas, à Vera Kikuti, que cuida de nossa agenda; ao nosso webmaster-mor Gustavo Sazes, sempre pronto a nos atender; e especialmente às nossas famílias, pelo carinho e compreensão acima de tudo.

Marcar o nome Hangar na historia do metal brasileiro era uma das nossas metas, mas nunca imaginamos que seria tão rápido. Agradecemos a todos que compareceram aos nossos shows, aos organizadores e aos amigos que em cada cidade nos receberam tão bem. Terminamos apenas a primeira parte, mas a estrada já nos chama. Vem ai o DVD e muitas outras histórias a serem contadas, afinal, is just the beginning…

Nando Mello




Postado em 16/05/2008

postado por Fabio Laguna

Saudações Hangarianas!

Devido ao grande número de atividades em que estivemos envolvidos nos últimos 40 dias, o que segue abaixo é muito mais do que um diário! Mais ainda do que um semanário! Mais do que um mensário! É um QUARENTENÁRIO!!! Sim, estávamos em quarentena no Retiro Metal Hangar! Quarentena de ralação! Tanta coisa aconteceu que foi difícil lembrar de todos os detalhes mais sórdidos e picantes dos nossos últimos compromissos. Definitivamente o Hangar saiu do hangar.

O mês de março começou pegando fogo. Fizemos uma bateria de ensaios na primeira semana, pois no dia 8 teríamos o show mais importante da carreira do Hangar, que era a abertura para o Dream Theater. Antes disso, no dia 6, nos apresentamos no auditório do EMT (Escola de Música e Tecnologia). Esse pocket show foi uma prévia do que apresentaríamos na abertura para o DT. Além disso, foi um momento descontraído e de aproximação com nossos fãs e amigos, já que pudemos conversar com os presentes e tocar alguns covers que estão somente em nosso repertório acústico, como Queen, Beatles, Journey, etc. Aproveitamos o dia seguinte para conferir e limpar todo o equipamento. E passamos boa parte da tarde descendo toda nossa parafernália pelos três andares que separam o auditório da porta de saída do EMT.

O dia 8 de março foi um dia especial para a história do Hangar. Logo depois do almoço, seguimos para o Credicard Hall, onde mais tarde aconteceria o show do Dream Theater. Fomos muito bem recebidos pelo tour manager deles que, reciprocamente, ficou muito tranqüilo com o profissionalismo que apresentamos em todos os detalhes. Enquanto o Dream Theater passava o som, nós começamos a montagem do nosso equipamento na lateral do palco. E chegou a hora da nossa passagem de som. Como todo mundo deve imaginar, abrir show é sempre uma correria contra o relógio, porque as condições e prazos dados para as bandas de abertura são sempre apertados. Mas a gente se virou bem. Conseguimos passar todos os instrumentos com tranqüilidade. No meio da passagem de som o Aquiles desapareceu, rsrsrs, porque tinha que fazer umas fotos com o Portnoy para ilustrar a entrevista que será publicada na revista Modern Drummer desse mês. E no meio da nossa passagem de som, com o Aquiles de volta, os portões foram abertos e a gente pôde tocar uma música que não estaria no nosso repertório daquele dia. As pessoas reagiram como se já fosse o show! Foi muito legal porque pudemos perceber que teríamos pelo menos o respeito dos fãs do Dream Theater para o nosso show. Terminada a passagem de som, voltamos para o nosso camarim e esperamos ansiosamente pelo encontro que teríamos com os caras do DT. De repente, alguém da produção deles entra em nosso camarim e diz: “É agora!”. O Aquiles e eu já conhecíamos os caras pessoalmente de outras ocasiões, mas é sempre uma emoção muito forte encontrar com esses gênios. O encontro foi no palco do Credicard Hall. Só o LaBrie não compareceu, porque não estava bem. Aliás, foi por isso que os shows foram adiantados em meia hora. Não foi por causa do mau tempo. O James pegou uma virose e não estava bem. Enfim, cumprimentamos todos os caras e cada um foi automaticamente atraído pelo seu respectivo instrumentista, rsrsrs. Fiquei muito feliz pelo Jordan ter lembrado o meu nome! “Hey Fábio, prazer te ver de novo! Como está?” Conversei com ele sobre todos os assuntos, menos de música. Ele é inspirador, o exemplo claro de um artista nato, que não precisa de maquiagem ou caras e bocas pra se afirmar. É só ele começar a tocar e todo mundo entende porque ele é o tecladista mais reverenciado atualmente. O Mello tentou trocar algumas palavras com o Myung, mas todo mundo sabe que ele é uma pessoa muito tímida, rsrs. O Martinez conversou bastante com o Petrucci sobre equipamentos e o Aquiles ficou de papo com o Portnoy, que foi presenteado com um PshycoShoe.

Terminado o encontro, chegava a hora de se concentrar para o show. Tocamos 40 minutos para cerca de 6.000 pessoas. A resposta do público não poderia ter sido melhor. Saímos do Credicard Hall com a sensação de dever cumprido. Antes disso, nós pudemos assistir à atração principal da pista e entender mais um pouco porque o Dream Theater merece tanto o respeito que tem. Eles são simplesmente fantásticos!

O dia seguinte era um domingo. Dia sagrado de descanso? Que nada! Dia de trabalhar. Mal acordamos e já começamos a ensaiar nosso repertório acústico, pois teríamos um pocket show na Fnac do Shopping Dom Pedro, em Campinas, na segunda-feira, dia 10. E lá fomos nós para Campinas apresentar todo o peso do Hangar somente com violão, baixolão, piano, órgão e uma bateria totalmente atípica para quem conhece o set up do Aquiles. Começamos a tocar nossas músicas em versão acústica há pouco tempo atrás e pra gente é como voltar no início das composições, quando só usávamos violão ou piano. As pessoas podem entender melhor de onde vieram as idéias que deram origem ao TROYC. As músicas se tornam canções pra tocar na beira da fogueira novamente, rsrs.

Eu ainda não citei o Contrário nesse quarentenário né? Bom, que fique claro que ele nem precisa ser citado, pois está sempre ao nosso lado, rsrs. Por exemplo, depois desse show acústico em Campinas, tivemos que viajar com os equipamentos em baixo de chuva, pra variar.

Voltamos pra São Paulo, pois teríamos mais dois dias de ensaio para a gravação do programa Show Livre, no dia 13. Para quem não conhece, esse programa é apresentado pelo Clemente (Inocentes). Lá a gente também fez uma apresentação acústica e contamos mais um pouquinho sobre o Hangar. Quem ainda não conferiu, é só acessar o site www.showlivre.com. Terminada a gravação, desmontamos todo o equipo, carregamos e fomos descansar um pouco porque o dia seguinte seria de muita ralação.

No dia 14, pela manhã, começamos a nos preparar para a nossa turnê pelo Paraná, que em princípio passaria por Cascavel, Maringá e Curitiba. Toda a banda e parte da equipe foi se encontrar no estacionamento onde fica parado o nosso trailer, que finalmente estava finalizado com o novo adesivo do Hangar. Ficou muito bonito. É praticamente um outdoor ambulante chocando todas as pessoas por onde passa. E, como não podia ser diferente, o Beto, motorista da van, fez o grande favor de estreá-lo com honras ao mérito reconhecidas pelo Contrário. No primeiro dia de uso, no primeiro trajeto que fizemos ainda dentro de São Paulo, o motora raspou o trailer em uma árvore e lá se foi o adesivo novo… O trailer foi vítima do serial driver killer. Tudo bem, fazer o quê? A gente sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria. Só não esperávamos que fosse tão cedo. Bom, depois de tudo carregado, por volta das 7 horas da noite, partimos para Cascavel. Como fui sentado no banco da frente, fiquei de guarda motorista noturno. Na verdade, nem precisava, porque o Beto era bem consciente do que tava fazendo. Mesmo assim eu insisti na tarefa e não dormi nenhum minuto, até estacionarmos na porta do hotel em Cascavel, às 7 da manhã do dia 15. Enfim teríamos uma longa manhã para descansar… Ahahahaha, que sonho… Mal chegamos em Cascavel e já tínhamos duas entrevistas para fazer, uma às 9 da manhã e outra as 10. Todo mundo com a cara inchada na televisão! Depois fomos almoçar e daí sim, pudemos ter uma curta tarde de descanso.

Todo mundo semi-renovado, era hora de passar o som. O lugar do show era uma casa nova, a gente praticamente estreou o lugar. Terminada a passagem de som, fizemos mais uma entrevista para a Band TV e voltamos para o hotel para jantar e descansar mais um pouco. Voltamos para o lugar do show e esperamos terminar a apresentação da banda de abertura no camarim. Esse show teve um clima estranho. A banda tava cansada por causa da viagem e não havia ventilação no lugar. Digamos, não foi uma das nossas melhores apresentações. O mais louco é que no meio do show um moleque subiu no palco e fez um stage diving. A galera de baixo abriu a roda e o cara foi de cabeça no chão, ficando estendido por alguns segundos enquanto uma poça de sangue começava a se formar em volta da cabeça dele. Comoção geral. A banda parou, o Nando pediu desesperadamente para que os presentes acudissem o coitado. Depois ficamos sabendo que o cara era meio problemático e costumava apavorar em todos os shows. Ficamos sabendo também que ele continuou na rua, na porta da casa, com a cara toda ensangüentada, mas vivo. Enfim, esse episódio poderia ter um fim trágico para o Hangar. Imaginem só o noticiário do dia seguinte: “Garoto se mata em show de banda adoradora de serial killers”. Kkkkkkkkkk. Isso seria muito escroto.

Bom, entre mortos e feridos, o saldo do show foi muito positivo. Os próximos dois dias seriam de divulgação e descanso. Nós ficamos em Cascavel, pois teríamos um workshow com toda a banda no dia 18. Visitamos rádios, televisões, escolas de música, etc. Nesse evento pudemos conversar com as pessoas que tinham ido ao nosso show e outras não puderam comparecer no mesmo. Para usar ao máximo a ocasião, montamos toda a nossa estrutura para simular um show e já aproveitar para ensaiar em condições reais.

Em meio a toda essa correria, ficamos sabendo que o show de Maringá, que seria no dia 19, havia sido cancelado. Mesmo assim, nesse dia partimos para Maringá que, de certa forma, ficava no caminho para Curitiba, cidade em que faríamos uma apresentação no dia 20. Nós decidimos ir para Maringá como forma de respeito aos nossos fãs, já que o show tinha sido cancelado com apenas 2 dias de antecedência. As pessoas que haviam nos contratados simplesmente decidiram cancelar porque achavam que não teria público o suficiente. Daí pergunto, se eles explodissem de vender ingressos nós receberíamos um centavo a mais por isso? Fomos à mídia local para esclarecer que a banda não tinha nada a ver com o cancelamento e, à noite, no horário do show, ficamos em frente à porta da casa onde seria a apresentação para atender a todos os fãs que se sentiram prejudicados com tal absurdo. Pouco antes disso, o Contrário agiu com toda a sua força: o engate que prende o trailer à van simplesmente quebrou!!! Para a nossa sorte, estávamos em uma rua plana, o que impediu uma tragédia. E contrariando todas as peripécias do Contrário, logo em frente ao local onde aconteceu o acidente havia uma serralheria. Era noite, mas havia um funcionário fazendo hora extra e ele disse que poderíamos estacionar o trailer dentro da serralheria para que fosse arrumado no dia seguinte bem cedo. Começamos a empurrar o trailer para guardá-lo quando um carro entrou no meio do caminho. Todo mundo começou a gritar delicadamente coisas como: “Hey!!!”; “Sai da frente seu louco!” “PQP!!!”. E o cara do carro, que minutos depois descobrimos ser o dono da serralheria, colocou a cabeça para fora e, olhando com severidade, respondeu com seu sotaque paraguaio: “Lôco san vocês!”. Isso foi motivo de piada por um bom tempo. Apesar disso, o cara foi muito gente boa e nos atendeu naquela tremenda roubada. Fomos jantar e voltamos para o “hotel”, ou sei lá como chamar o lugar que ficamos hospedados. As camas eram de alvenaria e tinham uns buracos bem propícios para criação de barata. E lá estavam elas.

No dia seguinte, acordamos bem cedo porque tínhamos que pegar o trailer no conserto e seguir viagem para Curitiba. Assim que deixamos Maringá o Contrário contra-atacou forte! Começamos a sentir cheiro de borracha queimada e o Nando colocou a cabeça pra trás e disse que estava saindo fumaça do pneu do trailer. Só levaram a sério depois que ele insistiu umas três vezes. Paramos a van em uma avenida paralela a rodovia e vimos que um dos pneus do trailer estava pegando fogo! Corre-corre geral! Cadê o extintor?!?! Pra ajudar, um ônibus só com mulheres de todas as idades (coisa de filme!) parou do nosso lado e as engraçadinhas começaram a fazer piadas como: “Ai que calor!”; “Apaga o meu fogo”. Foi foda. Descobrimos que com o acidente da noite anterior, o freio de uma das rodas do trailer ficou travado e a única solução seria continuarmos a viagem sem os freios da carreta. Metal extremo! O Beto, motora, soltou os freios e seguimos viagem.

Toda essa confusão serviu para atrasar nossa chegada em Curitiba em mais de 3 horas. Conclusão: chegamos no Opera 1 e todo mundo meteu a mão na massa pra aliviar o atraso. Agradecemos muito pela compreensão das bandas de abertura local porque nossa passagem de som acabou atrasando muito. Antes disso, ainda tivemos uma tarde de autógrafos, também atrasada pelos mesmos motivos.

Depois de passar o som, fomos ao hotel para um banho rápido, jantamos e voltamos para o local do show onde pudemos conferir as últimas músicas da banda curitibana Dragon Heart. Hora do show. Para mim, esse foi nosso melhor show. Acho que estávamos tão putos com toda a merda que aconteceu nesse dia que sobrou muita energia pra botar pra fora. E boa parte dessa energia foi canalizada nesse show. Nunca tinha visto o Hangar tão rock’n’roll, se é que vocês me entendem, rs. Terminada a apresentação, atendemos a todos os presentes, como fazemos sempre. E como fazemos de vez em quando, especialmente quando estamos atrasados, fizemos um mutirão e carregamos toda a tranqueira escada abaixo para dar uma força para a equipe que, como também acontece de vez em quando, foi deixada na mão pelos carregadores. Era hora de voltar para o hotel e descansar um pouco, pois no dia seguinte ainda tínhamos que voltar para São Paulo sob a luz do dia já que o trailer de quase duas toneladas, além de estar sem freio, também estava sem iluminação, já que o acidente de Maringá também destruiu todos os cabos da parte elétrica.

O show que teríamos no dia 22, em Guarulhos, com o Sepultura, foi cancelado dias antes e assim tivemos alguns dias de folga para repor as energias e se preparar para uma nova maratona de compromissos.

Olá galera, é um prazer e uma honra participar do Hangar e seus dias diários, noturnários e ininterruptos. Quem assume o relato aqui é Eduardo Martinez e o estilo narrativo pode mudar um pouco. Afinal não é por nada que o meu apelido na banda é L0co. Bem, como dizia o físico da língua pra fora: tudo é relativo, tempo e espaço se confundem na estrada criando um novo conceito de dobra temporal que nós cientistas costumamos chamar de “o dia da marmota”. A prova cabal de sua existência é o filme que nós cientistas costumamos chamar de “o feitiço do tempo”. Apesar de toda a lógica estamos realizando shows, workshops e cargas nunca antes vistos, numa rotina sem fim de surpresas, desafios e novos amigos. Hangar e Sepultura no Sesc de Santo André, mais uma noite para lembrar e contar para os netos. O dia 28 de março começou como um dia da marmota normal, com muita caaaaaarga. Esta é uma parte imprescindível. Eu só tenho uma banda por causa da carga. Shows, música, dinheiro nada disso importa. Quem conhece a carga sabe que não há nada melhor. A carga quer você. Bandas que viajam de aviãozinho estão perdendo o melhor do Roquenrou que é levar caixadas e sub-badas em plena face logo de manhã cedo. Bem, chegando ao Sesc a nossa equipe, que já está em um nível muito top de entrosamento na gig começa a analise do perímetro para a descarga da carga. Nesse momento tive meu reencontro com um dos integrantes da fase áurea do Sepultura: no exato momento em que eu saio de trás do trailer com um dos nossos tocos jumbo de madeira (usado para calçar a carga), esbarro no senhor Andréas Kisser chegando para mais um dia de trabalho. Foi uma saudação bem metal, tipo uma paulada de boas vindas. Felizmente nenhum guitarrista saiu ferido. Nem o toco. E nem a carga. Naquele momento me dei conta que era a segunda vez que tinha a oportunidade de dividir o palco com o Sepultura e dar pauladas nas pessoas. Faziam 17 anos da primeira, em Porto Alegre com minha banda anterior, no show da tour de lançamento do Arise. A vida dá voltas e muitas cargas, shows, discos e principalmente anos depois, a mesma oportunidade de mostrar para o público de um dos maiores nomes do metal mundial o show da minha banda. E foi uma paulada… Como não podia deixar de ser em um show de abertura a passagem de som foi bem corrida e na pressão, mas tudo muito sossegado pois o respeito entre as equipes e o profissionalismo eram a lei. Subimos “pontualmente” mesmo, e na hora que o Arnaldo declara que finalmente encontrou a paz de novo, e que de alguma forma a dor de dentro de seus olhos ainda é apenas o começo, já estamos na beira do palco, punhos cerrados ao alto saudando a galera que já nos viu no escuro e começa a gritar por que sabe o que vem depois daquela voz. Aí a paz acaba e o inferno começa. Ou melhor, Heaven, pois é nessa hora que tudo faz sentido pra mim. Os primeiros segundos de um show do Hangar superam até a carga. A adrenalina vai acumulando e explode após duas contagens no chimbau. Tivemos uma recepção com cabeça batendo, roda no meio da galera, gente cantando as músicas e até um coro gritando “Hangar, Hangar”. Não podia ser melhor.

E segue a carga, rumo ao workshop do sr. Aquiles em Criciúma. É sempre uma grande emoção ver a galera ouvindo atentamente as nossas músicas e uma festa ouvir as incríveis respostas do Aquiles as não menos incríveis perguntas. Quando saímos de lá deixamos um rastro de camisas do Hangar nas pessoas, hehe. E grandes amigos que nos receberam e hospedaram em suas casas, fazendo as coisas acontecerem com muita carne, cerveja e hospitalidade: Adair Daufembach, Gilson Naspolini, e Thiago “Homer” Daminelli. Fomos acomodados na casa de praia do sr. Homer na noite da nossa chegada após é claro uma pequena descarga. Estávamos próximos de Criciúma mas como não era verão a praia estava deserta e as casas vazias, ninguém na rua, frio, nada aberto: praia fantasma. Nesse clima Aquiles acorda para mais um dia de workshop e resolve sentar na porta da casa pra tomar um café sossegado. Imagine um sujeito barbudo, de boné e sem camisa, com uma vaca fumando tatuada no peito chegando de longe no meio da rua e mais ninguém por perto. O tal sujeito lembrava o personagem psicopata do filme Kalifornia. Então o Brad Pit cover vem chegando com uma espada na mão… Isso mesmo, não era um facão, era uma espada daquelas medievais que ficam em cima da lareira junto com o brasão da família. Sobra pouco tempo pra decidir o que fazer, e o tal maluco já está na calçada vindo pra cima, devagar e sempre com o ferro na mão. Seria um bom momento para um “bom dia, como vai, vem sempre aqui?” Sorte que o escudo daonde saíra a tal espada era da família Daminelli e o assassino em potencial era primo do Homer. Ele não sabia de nada e só estava chegando pra dar uma conferida naquele bando de peludos que estavam lá invadindo a casa. Ninguém saiu ferido de novo. Só a xícara de café, que lascou quando o Polvo caiu pra trás naqueles segundos em que virou personagem de suas letras: a vítima…hehe. Eu e o sr. Nando Mello aproveitamos para depois do evento pegar um ônibus rumo a Porto Alegre/Gravataí e recarregar as veias com chimarrão para a próxima etapa.

O pocket show acústico do Hangar na Fnac do shopping Barigui em Curitiba, Paraná, 10 de abril de 2008… Um capítulo de carga e novos amigos como o sr. Vinicius “PopKieds” e mais um exemplo de hospitalidade e brodagem muito além do jardim. A repercussão do show elétrico se fez sentir e muitas pessoas repetiram a dose fazendo com que naquela tarde ficasse difícil tomar um café no Franz da Fnac, pois havia cerca de 200 pessoas e a cerveja predominava. Efeito também da nossa participação ao vivo na radio rock 91, aonde fizemos uma hora de programa e algumas músicas ao vivo, voz e violão. Neste show fomos todos presenteados com retratos a lápis feitos pelas irmãs Maely e Noemy, obrigado pelo carinho! Feito o show, que foi modéstia a parte em nome da banda muito bom e após bate papo, fotos, com toda galera (obrigado pelos sonhos Srta. Lexus!) mais uma do contrário: carga na chuva, uma festa…

Seguimos para Tubarão aonde dois eventos nos aguardavam: workshop e show acústico no Rancho Aromáticos em São Ludgero, Santa Catarina. No workshop estávamos todos presentes e tocamos algumas músicas na versão acústica, convidando os presentes para o evento em São Ludgero. Após mais um exemplo de hospitalidade, churrasco e confraternização na fazenda de mini-vacas (mini wacken open air…) do promotor Marcão, que junto com o também promotor e batera Éder Medeiros nos proporcionaram uma jam noturna.

Em São Ludgero nos deparamos com uma propriedade voltada ao entretenimento, ou seja, a festa. O rancho (e banda) Aromáticos na verdade é um local de encontro e confraternização dos músicos e proprietários Hélio “Pato” e Fábio “Painho” que dão um show de hospitalidade abrindo a festa semanalmente para a comunidade, com muito galeto e cerveja. A estrutura do local é praticamente “urbana” e estava lotado. Encontramos até um holandês perdido na festa. Este foi um dos shows acústicos mais pesados, amplificamos os violões com cubos e mandamos ver. Foi uma surpresa muito agradável ver nossos novos amigos de Criciúma lá presentes também. Obrigado galera.

Próxima etapa: Rio Grande do Sul para os únicos show do Hangar até o momento no estado natal da banda, show acústico em Porto Alegre e show elétrico no Hangar 18 em Gravataí rock city. O acústico foi no pequeno mas excelente auditório lotado da Estação Musical, dia 29 de abril, aonde pudemos sentir o calor da galera de perto. No dia seguinte, sem respiro, passagem de som e Hangar ao vivo para todo estado no programa Radar, com muito bate papo. Pudemos tocar 5 músicas e dividir o programa com o ilustríssimo sr. Tony da Gatorra… De volta a Gravataí na mesma o frio nos colocou de volta ao palco elétrico do qual já sentíamos falta, e fizemos um show muito bom para uma galera muito especial. Estavam presentes o sr. Flávio Soares do Leviaethan, Francis e Magnus da Scelerata, Sabrina Star e Marcelo Rodrigues da Riffmaker, Hércules, Rogério e Strapazon, que aproveitaram pra me botar no palco de novo após o show do Hangar para uma participação relâmpago da Lápide. Enfim foi um show entre amigos e o profissionalismo dos proprietários Fábio e Priscila foi total.

Hangar e Queensrÿche no Chevrolet Hall de Belo Horizonte, Minas Gerais, dia 10 de maio de 2008. Mais uma data histórica, que ano está sendo este para a nação Hangariana. A oportunidade de dividir o palco com bandas como Queensrÿche, Dream Theather e Sepultura. O metal sem limites. Nessas horas em que estamos na van prontos para mais uma carga, montagem e passagem de som me dou conta que é real, é a nossa vida agora. Enquanto sr. Tate e banda passavam o som ‘até quando quisessem’ (estava escrito assim no cronograma, hehe, nada mais justo) preparávamos nossa invasão (consentida, é claro, em bom inglês pelo tour manager deles ao nosso tour manager, técnico de palco, responsável pela montagem da bateria, roadie e azedador desagradável Rodrigo “Bussano Pássaro Maldito” Fantoni). Montamos os 4 biombos do cenário, passamos o som e seguimos a risca o que nos disseram: “from this line to the front of the stage you can do whatever you want”. E aproveitamos pra fazer nosso melhor show de abertura até então, com o cenário completo. BH e o sr. João Eduardo da Cogumelo estão de parabéns, somos muito gratos pelo profissionalismo com que fomos tratados. O que se podia esperar de uma terra que nos deu o início dessa cena nacional que hoje é reconhecida mundialmente? O sr. Nando como fan do sr. Tate assistiu o show dos Headliners sem piscar e nos fez um relato muito interessante dos hábitos de um grande vocalista em seu habitat natural. Durante as passagens instrumentais mr. Tate se retirava para a lateral do palco e repetia o seguinte ritual: fazia algumas anotações sobre sua própria performance (todas aparentemente positivas pois o show estava ótimo), disparava um spray na garganta com uma pequena vocalização e saboreava um chá quente servido por seu acessor pessoal, um sujeito de certa idade (tipo eu, hehe) muito alto e magro com quem troquei algumas depois do show (durante a carrga..) e na final do Wacken em SP. Ele agradeceu a gente pelo nosso show! Para um gringo era um cara muito afetuoso e não escondia o quanto tinha gostado da banda. Inclusive pelo que me consta foi assim que ele chegou para integrar a equipe do Queensrÿche, como um grande fan disposto a trabalhar. E não foi assim que viemos todos parar aqui?









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