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Postado em 16/01/2008

postado por Aquiles Priester

Estava chegando à hora de ir para o campo de batalha… Na verdade já tínhamos ido para um belo aquecimento em Teresópolis, mas queríamos ver realmente quem agüentaria a PPD (pressão psicológica desnecessária), porque com a gente é assim, trabalhamos no limite até onde não precisa, só pra se fortalecer e não espanar… Espanar significa para nós, quem vai pedir para sair… Porca e parafuso tem rosca e quando um não agüenta, espana…

Tudo começou com uma bateria de ensaios em SP num estúdio onde montamos todo o equipamento como se estivéssemos no palco. Isso faz com que nossas referências no ensaio sejam as mesmas que temos ao vivo em nosso show. Outra coisa bem importante, é que não usávamos o ar condicionado para simular ainda mais o calor do Nordeste. Imagina o cheiro dessa sala, mas como já dissemos, tudo tem que ser suado…

Após três dias de 8 horas consecutivas de ensaios devidamente documentados através de fotos pela Raquel (Sra. Martinez) recebemos os apresentadores do programa Stay Heavy Vinícius Neves e Cíntia Diniz para um grande bate papo sobre os planos da banda.

Terminado essa parte fácil, começamos a desmontar todo o equipamento para colocá-lo pela primeira vez no nosso trailer e isso deu muito trabalho a todos. Tivemos que fazer muitos testes para acomodar tudo. Saímos do estúdio às 5h00 da manhã. O planejado era que a viagem começaria no dia seguinte às 15h00, com direção a Maceió em Alagoas. No entanto, para isso acontecer, acordamos todos bem cedo para buscar o restante do equipamento e ver os últimos detalhes do nosso transporte, já que a van que nos levou instalou um engate especial para puxar nossa carga, mais de 2,5 toneladas. Conclusão, depois de muita atividade só conseguimos sair de São Paulo às 8 da noite. A primeira parada só chegaria 40 horas depois e assim que entramos na van começamos a assistir todos os filmes que estavam disponíveis, e o primeiro deles foi o Tropa de Elite, só para ficar claro para todos que essa viagem não seria fácil… Até parece que alguém não sabia…

Viajamos por via terrestre para poder levar toda a estrutura de palco da banda e, dessa forma, fazer um show com maior qualidade visual e sonora. Ninguém sabia o que estava por vir…

Até Maceio foram 40 horas em que fazíamos de tudo para passar o tempo, até uma brincadeira chamada “banda com a letra?”, escolhíamos uma letra e começávamos a falar nomes de bandas com aquela letra, e o Nando sempre ganhava, mesmo eu colando da lista do meu laptop.

Todos vestiram roupas apropriadas para a viagem como bermudas, camisetas e chinelos, primeiro motivo para tirar sarro, pois não nos vemos sempre com esse visual. Aos poucos as brincadeiras pesadas foram aparecendo como quebra-quebra e empurra-empurra, sempre iniciadas por mim. Não importava a hora que a van fazia a parada, assim que o primeiro descia, já começava a espancar o próximo e assim se sucedia até o último. Toda banda entrava na roda e também a equipe técnica que era formada pelo Bussano, nosso coringa, também conhecido como “o desagradável”, o Daniel, nosso técnico de som, e o highlander Buba, além dos motoristas Léo e Flavinho, que logo apelidamos de Jaspion e Shazzan (coitados, os caras nem imaginavam onde estavam se metendo).

O Mello foi o primeiro a mostrar sinais de “espanação” pelo corpo… O pé dele ficou inchado, cheio de veias aparentes, tava igual um pão molhado, um legítimo pé de velho, seu apelido oficial… Nessa viagem o pessoal logo começou a acumular escoriações pelo corpo e sinais de inchaço devido às brincadeiras bruscas, entre elas tapas, bicas, chinelas, socos, montinhos além de uma série de outras que não podem ser citadas aqui…

Chegamos a Maceio depois de 40 horas de viagem e com um bom humor incrível e fomos logo para o quarto conferir todo nosso merchandising, ou seja, contar, listar e separar camisetas, adesivos e cds. Aqui no Hangar a gente trabalha o tempo todo, forever, forever, forever…

No dia seguinte fomos para uma tarde de autógrafos organizada na loja World Rock, na seqüência, para a passagem de som na casa de show Oráculo, um barracão antigo todo decorado muito legal.

O público participou de forma muito ativa na primeira aparição da banda na cidade e nós fizemos questão de fazer um show bem longo para agradecer essa energia.

No dia seguinte seguimos para Recife e chegamos lá às 22h00 e, como geralmente acontece, tivemos que trocar de hotel devido ao tamanho do nosso trailer, “mas quem disse que a vida é fácil…” (frase do filme Tropa de Elite).

No dia seguinte, devido ao uso do local do show para outro evento, a equipe técnica só conseguiu entrar para começar a montagem depois das 18h30 e, por causa disso, começamos um efeito cascata que só terminaria no dia 19/12, quando estaríamos chegando a nosso destino final, Assunção, capital do Paraguai…

Não teve jeito, a banda teve que meter a mão na massa para ajudar a equipe técnica e tudo aconteceu muito rápido e continuávamos a nos divertir. Isso é regra, pois tudo na banda é motivo para dar risada e tirar sarro… Geralmente estamos sempre bem atentos para não deixar nada na reta.

Chega à hora do show… Já conhecíamos o público de Recife e sabíamos o que esperar, e não nos decepcionamos. O publico participou ativamente de todo o show e virtude disso fizemos a apresentação mais longa da banda até então. A banda se emocionou com o coro da galera em músicas como To Tame A Land e Inside Your Soul. Outro momento marcante foi a participação dos vocalistas das bandas de abertura na musica Tears Of The Dragon.Terminamos o show com um grande astral e na seqüência já estávamos no meio do público para fotos, autógrafos ou simplesmente para bater um papo, uma verdadeira FESTA!

No final de tudo, fomos para o hotel? Claro que NÃO! Antes, ajudamos a equipe na desmontagem e carregamento, chegando ao hotel quase às 7h00 da manhã. De tão cansados, tinha gente vendo caveirinhas e caderudos pelos corredores. Às 8h30 a equipe chegou para um banho e já partimos para Aracaju. Dormimos na viagem e nem almoçamos para ser mais rápido… Chegamos a Aracaju às 17h30, depois de 500 km, o show estava marcado para as 17h00, ou seja, ao invés da banda ir para o hotel descansar, mais uma vez metemos a mão na massa para ajudar a equipe que também estava tão cansada como nós, quase espanando. Em tempo recorde estava tudo pronto e deu tempo de tomar banho antes do show que começou por volta dàs 22h00… Nessa hora aconteceu à primeira “espanação”… O Daniel mostrando as mãos tremendo chegou e disse: “Meu, desse jeito eu não agüento… É muita pressão…”. Logicamente caímos na gargalhada e já amontoamos em cima dele…

O público compareceu em peso e nos surpreendemos com a participação do mesmo. Quando tocamos a música “Call me in the Name of Death” percebemos que a galera já conhecia bem a música e geralmente essa é a hora mais emocionante do show, pois podemos ver as pessoas cantando e levantando as mãos para o Nando.

Termina o show e mais uma vez ficamos atendendo todos os fãs até todos saírem e novamente “carregamos corpos” para ajudar a equipe… Para variar fomos “enganados pelo contrário” (vocês ainda vão saber o que isso significa), é que faltou luz e tivemos que terminar de desmontar tudo na escuridão, com lanternas… Logicamente, assim que terminamos todo o trabalho, o “Murphy”, primo do contrário, foi lá e ligou o disjuntor e tivemos luz novamente… Tem coisas que só acontecem com a gente…

Só chegamos ao hotel às 5h30 da manhã junto com a equipe para um banho e pegar a estrada com direção a São Paulo e depois para Foz. Tínhamos 2000 km pela frente e não tínhamos nem tempo para dormir num hotel, pois se dormíssemos, não chegaríamos a tempo em São Paulo, Foz do Iguaçu e muito menos ao Paraguay… Nunca ficamos tanto tempo numa van… Vários quebra-quebras rolaram para nos divertir e só chegamos em São Paulo depois de 45 horas de viagem e com um atraso de 6 horas, devido a um desastre com duas carretas que bateram de frente, cem metros a nossa frente, uma carregada de mangas e a outra com bebidas. É impressionante como aparece gente de todo lado pra pegar a carga, e eles são organizados, já começam a empilhar as caixas na beira da pista e falam ao celular pedindo reforço para carregar, até parece que já sabiam que tudo aquilo ia acontecer. Foram muitas horas de agonia, tanto para quem estava vendo os motoristas serem retirados do meio das ferragens, como para nós que estávamos com o tempo mais do que apertado e naquele momento, muito atrasados. Liberada a pista logo estávamos na estrada novamente, com nossos motoristas completamente espanados, graças a Deus só paramos em São Paulo.

Chegamos às 21h00 de terça-feira dia 18 e precisávamos estar em Foz do Iguaçu (que fica há 1200 km de SP) até as 12h00 do dia 19… Tínhamos tempo suficiente…

Tiramos o equipamento do trailer e carregamos o carro (uma pick up) com as bagagens mínimas e conseguimos sair às 11h30 do estacionamento. Passamos na casa do Nando, colocamos sua mala embaixo da lona e fomos embora pela rodovia Castelo Branco… Novamente fomos “enganados pelo contrário” De repente o Fábio falou para olharmos a lona do carro, que parecia solta e ver se estava tudo bem… Demorei um pouco para aceitar até avistarmos um posto e parar… Foi quando vimos que a mala do Nando tinha caído na estrada, ou sabe lá onde, com toda sua bagagem e isso incluía as roupas normais, as roupas do show, calçados, objetos pessoais de higiene, uma pasta com todas as letras do show etc… O Nando não acreditou quando viu que aquilo tinha acontecido – a gente estava preste a conhecer o Contrário, aliás, ele já estava com a gente faz tempo, só faltava a gente perceber. O Nando o Martinez saíram correndo na contra mão pela rodovia para ver ser achavam alguma coisa… Eu e o Fábio fomos de carro encontrar algum retorno e o Mello ficou lá coçando o saco, cuidando do seu pé inchado e torcendo pra tudo aquilo acabar logo, pois tínhamos muito chão pela frente. No meio do caminho o Nando me liga e diz que um caminhoneiro falou que passou em cima de uma mala há uns 20 km para trás, isso porque estávamos no km 107 da rodovia Castelo Branco, e o caminhoneiro disse que atropelou umas roupas no km 80. Achamos um retorno e começamos a voltar bem devagar e com os faróis altos pra iluminar toda a pista foi ai que…




Postado em 15/01/2008

postado por Fábio Laguna

…Chegamos ao local da “tragédia” havia roupas espalhadas sobre uns 500 metros de asfalto, acostamento e canaletas. Foi impossível não achar a situação engraçada, por mais desagradável que fosse. Enquanto o Aquiles iluminava a pista com o carro em zigue-zague, eu seguia recolhendo os “corpos” do Nando e, como sempre, na companhia do nosso amigo Murphy, que dessa vez nos presenteou com uma chuva! Pra ser sincero começamos a pegar as roupas rindo e terminamos muito mal, pois sabíamos o que aquilo significava para nosso parceiro.

Chegando novamente ao posto onde havíamos parado para conferir a lona da carga, vimos à cara de desespero do Nando querendo conferir o que tínhamos conseguido recuperar e, para nossa surpresa, tínhamos recuperado quase tudo!

Com a mala totalmente destruída devido aos ininterruptos atropelamentos sofridos pelas carretas, caminhões, carros etc, a nova mala do Nando até a volta para o Brasil foi um saco plástico preto, de lixo é claro!

Esse episódio foi responsável por mais de duas horas de atraso. Além disso, a chuva continuou por toda madrugada e por boa parte da manhã. Todos estavam exaustos e viajando a base de algum estimulante leve, como café, “arrebite” e Red Bull, e muita conversa fiada para não deixar ninguém dormir, mas mesmo assim fizemos uma parada de meia hora num posto de gasolina, onde o Aquiles deu uma dormida rápida. O Nando chegou para o Aquiles e disse: – Meu, deixa eu dirigir que estou bem… De tão cansado, o Aquiles nem conseguiu construir uma frase para responder e fez um barulho com a boca que ninguém entendeu… Alguns minutos depois o Nando estava roncando com a boca aberta… Depois de acordar, Nando desfilou seu repertório inacabável de piadas lá pelas 9 da matina… Tudo valia… Até mesmo peidar, se isso fosse manter os outros acordados.

Foi com esse propósito de manter todo mundo acordado que no meio da baboseira geral conhecemos o “Contrário”, o amigo distante do Murphy. Tudo começou quando o Aquiles queria fazer um caminho onde a estrada fosse melhor e foi “enganado pelo contrário”, pois ele quis mudar o caminho que estava acostumado a fazer quando ia fazer workshops por aquelas regiões e de repente caiu na mesma estrada… Com isso começou oficialmente toda a trajetória dos “Enganados pelo contrário”…

O Contrário enganou todo mundo! Disse que era fácil ter uma banda, viajar 60 horas seguidas, comendo pão de queijo, coxinha e café, sob chuva, sem tomar banho. O mais enganado pelo Contrário durante toda turnê foi o Martinez. Ele ouviu pelo menos 500 vezes entre São Paulo e Foz do Iguaçu: “Você foi enganado pelo contrário”. Depois de tanta pegação no pé ele começou a demonstrar sinais claros de “espanação”, ficando cada vez mais confuso com tudo que se dizia pra ele e, então, bla bla bla bla bla…

No decorrer da viagem fizemos uma seção de limpeza nos backing vocals das músicas do novo CD, isso é sempre bom!

Chegamos a Foz com o Nando imitando o Gil Gomes e contando casos envolvendo todos da banda, principalmente quem? O Martinez é claro. O Contrário e o Murphy nos receberam novamente quando retirávamos as bagagens da caçamba da camionete: entre outros, a bolsa do Mello, o baixo, muitas camisetas do Hangar e o teclado estavam ensopados.

Carregamos a van que nos levaria até o outro lado da Ponte da Amizade, em Ciudad Del Este, já no Paraguai. Depois disso, descarregamos tudo, novamente, e carregamos outra van que nos levaria até Assunção. A van era pequena e a gente teve que se misturar aos equipamentos durante as 6 horas finais de viagem que se sucederam, numa temperatura de 40°C.

Entre nossos compromissos em Assunção para este dia, havia uma coletiva de imprensa e uma sessão de autógrafos. Devido ao efeito “cascata” que começou em Recife, infelizmente não chegamos em tempo de realizarmos a coletiva, mas incrivelmente cerca de 50 fans nos esperaram até as 11 da noite (a sessão de autógrafos estava marcada para as 8 e disseram que tinha fã desde o meio dia lá!!!), atendemos a todos assim que chegamos em Assunção, do jeito que estávamos, depois de horas, dias de viagem, sujos, fedidos, descabelados, e ainda assim fomos aplaudidos quando descemos da van, aliás a galera metal do Paraguai está de parabéns pelo respeito que nos trataram.

O dia ainda não havia terminado. Corremos para o hotel para tomar um banho rápido e espalhar os itens ensopados pelos quartos para que secassem. Seguimos então para uma chácara da família Puro Rock Producciones, onde uma grande festa nos esperava, com direito a queima de fogos na nossa chegada, “mariachis” cantando uma música que falava sobre boas vindas aos estrangeiros e, o melhor de tudo, um legítimo churrasco paraguaio!!! Teve também uma partida de futebol, lá pelas 3 da manhã, na qual o Mello e o Nando mostraram tudo que sabem derrotando a equipe local por 3×0. Eu também mostrei como chutar a bola na casa do vizinho. Cerveja, cansaço e futebol: combinação cômica.

Fim da festa, depois de muitas fotos com todos, voltamos para o hotel para uma merecida noite de sono na horizontal, depois de 5 dias “dormindo”




Postado em 15/01/2008

postado por Nando Fernandes

É verdade, dormir dobrado não é fácil, nós precisávamos muito de uma noite de gente, dormindo numa cama, por no mínimo 8 horas. Mas isso não aconteceu tão cedo! Cheguei da festa, abri meu saco preto com todas as roupas atropeladas e fui lavá-las na pia do quarto do hotel. Meu parceiro de quarto é o Fábio Laguna, e dessa vez nosso quarto mais parecia uma lavanderia de tantas roupas minhas e dele penduradas por todos os lados do quarto.

Acordamos no outro dia que seria para todos um dia de folga menos para o Aquiles, pois, ele tinha um workshop de 3 horas pela frente.

Saímos do hotel junto com nossa produtora local, a Tay, e fomos ver um outdoor com a propaganda sobre o workshop do Aquiles, tiramos algumas fotos e pra variar, tivemos um “quebra-quebra” bem na esquina de duas ruas super movimentadas onde todos pararam pra olhar a embolada e novos hematomas foram adquiridos por todos. Na verdade era para ter um “back light” com propaganda do show da banda também, mas o Contrário e o Murphy também adoram viagens internacionais e foram com a gente para Assunção… A propaganda do Hangar estava um “back light” que girava e tinha três faces, sendo que as outras duas faces tinham outras propagandas… Advinha que face descolou e estragou? Começa com Han…

Na seqüência fomos almoçar numa churrascaria onde o proprietário era carioca – gente fina o cara – que nos tratou super bem, e o tema geral ainda era “que o contrário tinha enganado o Martinez” e eu ficava imitando o Gil Gomes contando a história, o Aquiles se mijava de rir o tempo todo junto com o Fábio. Aquele dia pensei “hoje o louco vai espanar”, mas ele segurou a onda de novo. Depois do almoço voltamos para o hotel enquanto o Aquiles foi para o local do seu workshop encontrar o Bussano, o Daniel e o Buba para a montagem da bateria e do merchandising do evento.

Fiquei na piscina junto com o Martinez e o Mello, onde conversamos muito tempo sobre assuntos da banda. O Fábio estava maluco com um monte de músicas que ele tinha que baixar da net para alguns trabalhos de final de ano.

Logo chegou a noite e por volta das 18:00h fomos para um teatro maravilhoso dentro de um campus onde seria realizado o workshop do Aquiles. Fiquei surpreso com a beleza e estrutura do local! Faltavam algumas horas e a galera já enchia a porta do teatro, alguns com camisetas do Aquiles, outros com a do Hangar, vi até uma do Angra. Dito e feito, mais de 400 pessoas assistiram, inclusive eu, pela primeira vez, uma verdadeira aula em grupo, onde o Polvo conduziu todos os assuntos com muita segurança, sendo o mais detalhista possível para cada pergunta e, no final, após tocar por quase três horas, ter a coragem de chamar todos os fans com camisetas do Hangar, Aquiles e Angra para subirem ao palco e assistir atrás dele as duas últimas músicas do workshow! Foram cerca de trinta pessoas, ali olhando de perto tudo acontecendo e pirando com aquela experiência de ver seu ídolo tocando tão perto!

Depois do workshop ficamos até duas da manhã com os fans tirando fotos, assinando cds e posters, visitamos também um pub muito legal, onde jantamos assistindo um vídeo do Jetro Tull. Não era permitido fumar e acabamos fazendo uma foto bem legal usando cigarros… Em seguida voltamos para o hotel e dormimos.

No outro dia acordamos às 7h00, pois tínhamos uma entrevista numa rádio, e logo depois num programa de televisão. Na rádio a entrevista foi muito legal: divulgamos o show, tocou a música “Call me in the name of death”, sorteamos ingressos, falamos sobre site, orkut, blogs, myspace etc, etc… Tirando o fato de que o apresentador confundiu tudo no começo da entrevista, dizendo que na banda tinha o Mike Vescera (não sei de onde ele tirou isso, mas tudo bem) e pior, não era nem no meu lugar, era no lugar do Mello.

Em seguida fomos para a maior emissora de televisão do Paraguai. No programa de um chef de cozinha chamado Rodolfo, o mais famoso do País. Chegamos e fomos recebidos pela produtora que nos levou direto para a maquiagem. Só explicando, sempre que se vai fazer televisão, tem que maquiar é regra, ninguém aparece na telinha sem o bendito pozinho na cara! Terminado o conserto na cara dos bugres, logo fomos chamados pra começar a gravar, e lá fomos nós para o estúdio. Chegando lá, vimos o “Contrário” mordendo a idéia do apresentador que nos chamava de Angra, e todos nós fora das câmeras balançando os braços desesperados dizendo “não, não, não, é Hangar, é Hangar” e ele corrigia e gritava o nome certo “Hangar, isso! No é Angra e si Hangar”. Foi muito engraçado, rimos muito!

Logo tudo foi corrigido e entramos para a entrevista. Apresentei todos os integrantes e começaram as perguntas. No meio da parada, o cozinheiro maluco começou a virar as panelas de cabeça pra baixo e pediu para o Aquiles fazer um solo de batera. Segurei uma tampa como se fosse um prato e me arrependi amargamente, pois o solo era com duas facas no lugar das baquetas! O cara quase cortou meu dedo fora! Uma outra hora, o entrevistador tentou abaixar meus óculos que estava na minha cabeça e enroscou no meu cabelo, daí comecei a “banguear” jogando cabelo pra todo lado na cozinha do maluco e os meus óculos voaram pelo estúdio. Ele tava fazendo uma berinjela com ricota, muito boa que comemos no final da entrevista. Na saída fomos tirar umas fotos embaixo de uma das antenas gigantes da emissora, e advinha o que aconteceu? Quebra-quebra, o pau comeu de novo e, dessa vez, na grama! Saiu todo mundo coçando que nem “loco” e os seguranças já olhando estranho pra gente.

Fora da emissora, encontramos dois malucos numa carroça cheia de tranqueira e com um megafone que eles estavam gritando sei lá o que. Parei a carroça e falei que queria dar um recado importante. Eles olharam assustados vendo 5 cabeludos de preto ao meio dia embaixo de um sol de 40°C e passou uma bolacha de ferro cheia de furo que era o microfone dele e eu falei várias vezes bem alto “atenção povo do Paraguai, vocês foram enganados pelo contrário, vocês foram enganados pelo contrário”.

Novamente fomos almoçar na churrascaria do carioca e depois fomos para a passagem de som na estação cultural de Ferrocarril, local do nosso primeiro show internacional.

Chegando lá tudo já estava quase pronto e o palco ficou muito bonito com toda nossa estrutura. O lugar trazia recordações da gravação do nosso vídeo clip. Fizemos os últimos acertos nos arranjos de algumas músicas e passamos o som tocando nossas músicas pela primeira vez em solo estrangeiro. Só para dar uma animada na galera, chamamos o Daniel para uma conversa no palco e quando ele chegou começamos um dos melhores “quebra-quebra” já registrados nessa turnê, pois estavam os 8 malucos na embolada e, como já é de costume, o Aquiles destruiu outra camiseta, desta vez, a do imortal Buba. Ferrocarril, local do nosso show, é uma estação de trem construída em 1851 por engenheiros ingleses e está bastante conservada. Atualmente é um museu com muitas coisas originais da época como fichas de embarque, maquinário das locomotivas, telégrafos, dois vagões em perfeito estado de conservação e uma maravilhosa Maria Fumaça que estava estacionada atrás do palco, um lugar incrível! A galera assiste aos shows dos trilhos e das plataformas de embarque nas duas laterais.

Terminado soundcheck, todos foram para o jantar, somente eu voltei para o hotel para um descanso, pois não costumo comer muito antes do show.

Outra coisa muito interessante foi assistir aos desenhos animados em castelhano, nessa hora podemos ver como e porque, nossa dublagem é considerada uma das melhores do mundo.

A hora marcada para a saída do hotel para o show foi às 23:00h. Chegando ao local do show, ainda estava tocando uma das bandas de abertura, muito boas por sinal, fomos para o camarim e começamos nossos aquecimentos individuais. Aos poucos o lugar foi enchendo e na hora do nosso show o público já era de mais de mil pessoas. Com o nosso palco pronto, a casa cheia, era a hora de começar a tocar. Com um repertório todo baseado no CD novo, a banda entrou com muita garra e determinação, sendo avaliado por nós como nosso melhor começo de show, tudo deu certo. A resposta do público foi imediata, participando de todas as músicas com muita energia. Usamos as máscaras na música “Call Me In The Name Of Death” e, como é de costume, chamamos os vocalistas das bandas de abertura para uma jam session na música Tears of the Dragon, do Bruce Dickinson. Foi muito legal novamente e foi nessa hora que apareci com a camisa oficial da seleção de futebol do Paraguai. A galera foi ao delírio. No final o Aquiles colocou a máscara do psychopolvo para tocar a música Inside Your Soul, outro momento marcante.

Terminado mais um show, a nossa rotina continuava a mesma e era hora de desmontar tudo muito rápido porque não tínhamos muito tempo até a nossa volta para Foz do Iguaçu, agora num ônibus de linha “normal” (mas nem tão normal assim).

Depois de uma passada rápida pelo hotel para pegar as bagagens pessoais, fomos para a rodoviária comprar as passagens e cambiar a grana do cachê, guaranis por reais.

Quando era aproximadamente 5:30h da manhã o nosso ônibus encostou. Tínhamos tanta coisa amontoada na plataforma que todos ficavam olhando querendo entender aquele bando de loucos ali (nós, nesse caso).

Carregamos tudo e fomos para o fundo do ônibus, onde nossos assentos estavam reservados. Começamos a nossa viagem de volta mais tranqüilos, só que não sabíamos que ia ser um pinga-pinga da porra! O ônibus mais parava do que andava e, pra completar, começou a entrar gente de tudo quanto foi lado e se amontoar no corredor, deixando o ônibus completamente lotado e, pra ajudar, o motorista acelerava muito, mas muito mesmo, ultrapassando todo mundo feito louco na estrada. Nessa hora, achei que o Contrário estava lá na frente, junto com o motorista maluco.

Como se já não bastasse à lotação e a tensão pela velocidade, assim que clareou o dia, o filho da puta do motorista ligou um rádio muito alto, mais muito alto mesmo. Comecei a dar risadas e a bater em todo mundo, mas ninguém sequer se mexia de tão cansados que estavam. Ao meu lado estava o Bussano, que acordou revoltado e ficou o tempo todo tentando arrancar os fios do alto falante que estava bem em cima da gente. Também, tinha um guarda bem do nosso lado que ficava olhando e pensando “nem vou mexer com esse maluco, daqui a pouco ele quebra tudo”. Chegou uma hora que o cheiro do ônibus estava insuportável devido a todas aquelas pessoas amontoadas em cima da gente. Abrimos a nossa janela no máximo que podíamos. Dali a pouco, vem uma figura e manda a gente fechar por causa do ar condicionado. Beleza, aproveitamos e pedimos para ele abaixar o som também! Nada feito, o desgraçado aumentou o volume ainda mais e, o pior que ficava tocando música sertaneja, tipo Daniel só que cantando em castelhano, uma tortura sem fim! E nós, conseqüentemente, abrimos a janela de novo. Numa das paradas, lá vem o mesmo cara encher o saco de novo, só que ele não sabia quem estava ali… Bussano, “o desagradável”, que levantou e aos gritos falou para o cara: – mira amigo, pedi para usted abaixar lo sonido e você nada (nessa hora o Bussano já estava em pé dando tapas muito fortes no próprio pescoço), entonces, enquanto aquele loco não abaixar essa porra de sonido, eu não fecho essa janela – Só que nessa altura do campeonato, faltava apenas uma hora pra chegarmos em Cidade Del Este, mas o cara até desligou o som, depois dessa. Que viagem bizarra! Ah, e não parava de entrar gente vendendo coisas pra comer, gente com galinha, muamba e tudo que se possa imaginar.

Chegamos na rodoviária 5 horas depois de ter saído de Assunção. Descarregamos tudo do ônibus, colocamos numa outra van só para atravessar a ponte da amizade e, graças a Deus, sem problemas com a polícia federal. Nesse momento, acho que o “Contrário” estava fazendo umas comprinhas de Natal.

Chegamos à casa do Silvão, um amigo da banda, em Foz do Iguaçu, onde o carro do Aquiles estava guardado e almoçamos um maravilhoso churrasco.

Seguimos rumo à São Paulo com o Aquiles dirigindo, eu, o Buba, o Daniel e o Bussano, já que o Nando Mello e o Martinez seguiram direto de Foz para Porto Alegre e o Fábio que já tinha ido embora de Assunção mesmo devido a um compromisso.

O último trecho da viagem de volta foi um pouco mais tranqüilo, só pegando mesmo o cansaço de todos, principalmente do Aquiles que estava dirigindo. Eu tentava ficar acordado, mas meus olhos não conseguiam ficar abertos. Foi mais uma tortura!

Depois de 12 horas de estrada, chegamos a salvo em nossa cidade (São Paulo).

Descarregamos tudo às 5h30 da manhã e seguimos cada um para suas casas para o tão esperado encontro com nossas famílias. É muito bom voltar pra casa com a sensação de dever cumprido! Fizemos tudo isso em nome dos nossos sonhos e em respeito a todos que, de alguma maneira, se esforçaram para nos ver em suas cidades e, no final da história, tenho certeza que, por esse motivo, faríamos tudo de novo!

Muito obrigado a todos os fans, profissionais e amigos que se envolveram direta ou indiretamente nesses shows, valeu de coração!

Muito obrigado principalmente a Deus por ter nos protegido tanto em toda essa incrível jornada, nos dando a oportunidade de criar novos valores e de nos fortalecer ainda mais em busca de nossos objetivos.




Postado em 11/07/2007

postado por Fábio Laguna

Olá mundo. Venho trazer-lhes notícias do confinamento. Estamos ensaiando desde a sexta-feira passada e ainda teremos mais alguns dias pela frente. Neste diário, ou melhor, semanário, irei falar um pouco sobre tudo que tá rolando no Retiro Metal Hangar.

Até agora nossa rotina diária vem sendo basicamente a mesma. Acordamos no meio da manhã, tomamos um café e seguimos para o estúdio. Ao meio-dia o heavy metal já começa a abalar as estruturas e segue em ritmo pesado até as dez da noite. A gente só dá uma paradinha para um lanche rápido no final da tarde e o resto é som, som, som. Quase dez horas de ensaio por dia… Pode parecer loucura, mas essa carga horária pesada ajuda muito nos quesitos resistência e entrosamento.

Nos dois primeiros dias de ensaio nos concentramos no The Reason Of Your Conviction (TROYC). Tocamos metade do disco por dia. Como todas as músicas são novas, ficávamos passando as partes que mereciam mais atenção, por serem um pouco mais complicadas para um ou para outro da banda, ou pra todo mundo, ou pra ninguém, só pela alegria de dar vida a algo que até então só podíamos ouvir no disco. Depois que todas as dificuldades técnicas estavam sanadas, a gente passava as músicas algumas vezes para deixá-las mais redondas, e curtir.

No terceiro dia ensaiamos o material mais antigo, dos dois primeiros discos. Como o Nando não pôde estar presente, ficamos arredondando o instrumental. Com o Inside Your Soul foi mais fácil, pois as músicas já estão nas pontas dos dedos de todos. Já com o Last Time fizemos algo diferente, mas agora não é hora de contar, vocês terão que conferir no show. Ainda tocamos alguns covers que farão parte do nosso repertório e o TROYC inteiro. Maratona.

No quarto dia tocamos todas as músicas do repertório. Por enquanto são umas vinte e cinco. A gente optou por ter um repertório maior para que possamos variar o set list a cada show. O Nando cantou algumas das músicas antigas que ainda não havíamos tocado juntos. Elas estão ganhando uma interpretação excepcional na voz dele. Foi no que mais fiquei atento neste dia, para ouvir como algum ou outro trecho soaria depois de tantos anos acostumado com o Mike nos vocais. Uma troca de componente é sempre um choque em uma banda, mas esses momentos são um convite à renovação.

Hoje, quinto dia, pisamos um pouco no freio. As primeiras 40 horas anteriores de ensaio foram cansativas. Na verdade, depois de passar uma ou duas vezes cada música do repertório, usamos o tempo para começar a definir um set list básico e resolver um monte de outras coisas que fazem parte da pré-produção de uma turnê. Como vocês sabem, estamos na reta final para o lançamento do disco, que vai acontecer daqui a poucos dias e isso envolve muita coisa que não seja somente ensaiar. Enfim, estamos enlouquecendo, hehehe.

Seguiremos ensaiando neste pique insano até o final dessa semana. Até lá, já que as músicas já tomaram corpo, é hora de ensaiar o show, com todas as suas dinâmicas, pausas e cuidar da parte performática. Temos muito trabalho pela frente. E daqui a 15 dias faremos nosso primeiro show, no qual dividiremos com vocês tudo que temos preparado até agora, para vocês. Posso garantir que o time está ficando muito bem treinado e que fizemos nossa lição com muito suor e dedicação. Tudo isso para mostrar o poder de fogo do Hangar, ao vivo e a cores. Ainda assim, isso é só o começo… Grande abraço!!!




Postado em 08/07/2007

postado por Aquiles Priester

Olá Galera,

Nessa área vamos informar vocês sobre muitas coisas do nosso dia-a-dia… Fiquem ligados que voltarei aqui mais vezes… Estou muito ansioso para saber o que vocês vão achar do nosso novo disco.

Grande abraço,

Aquiles









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